MS registra mais uma morte e 905 casos de chikungunya

Mato Grosso do Sul confirmou mais um óbito provocado pela febre chikungunya. Agora são três vítimas fatais pela doença em 2023. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31) pela Secretaria do Estado de Saúde (SES), através da publicação do boletim epidemiológico semanal.

De acordo com o documento, a morte mais recente provocada pela doença foi de um homem, 67 anos, que vivia em Brasilândia. A vítima apresentou o início dos sintomas no dia 30 de março e  faleceu no dia 11 de abril. A confirmação da causa da morte só aconteceu no último dia 29 de maio. O paciente tinha Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

Na semana passada, a SES já tinha confirmado outros dois óbitos por conta da febre chikungunya. O aumento nos casos tem relação direta com a pandemia enfrentada no início do ano pelo Paraguai, fronteira seca com o Estado e, inclusive, muitos pacientes acabam buscando ajuda médica em cidades brasileiras.

Entre os casos prováveis, houve um aumento de 315 notificações no período de uma semana, ao todo, Mato Grosso do Sul registrou 5.039 casos que ainda seguem em investigação. Em 2022, foram confirmados 608 casos.

Já entre os casos confirmados, são 905 pessoas infectadas pela doença, um aumento de 42 exames positivos, na semana passada eram 863 pacientes confirmados. Além disso, o Estado soma 36 mulheres gestantes com a doença.

Os municípios com maior incidência são: Maracaju com 2.341 casos prováveis, seguido por Brasilandia (394), Coronel Sapucaia (265), Costa Rica (253), Ponta Porã (862), Mundo Novo (120), Cassilândia (102) e Paranhos (73).

Na relação de cidades com mais casos confirmados, Ponta Porã segue na liderança com 556, sendo 12 a mais do que o boletim anterior. Em segundo lugar aparece Maracaju (91), Bela Vista (39), Paranhos e Dourados com 28 casos confirmados.

Ponta Porã

Mato Grosso do Sul recebeu em março deste ano a equipe do Ministério da Saúde em Ponta Porã em conjunto com representantes do município e da comissão técnica do Paraguai para discutir medidas de contenção do avanço da doença.

Segundo o coordenador estadual de Controle de Vetores, Mauro Lúcio Rosário, é necessário entender o que está faltando para alinhar as ações de enfrentamento e encontrar uma solução.

“Precisamos achar uma solução imediata para evitar que ocorram novos casos no Estado. A reunião permitiu a troca de experiência e que entendêssemos sobre o que cada um está fazendo para conter os casos, principalmente, no Paraguai. E saber sobre o que está faltando para a gente alinhar as ações de enfrentamento da chikungunya e também a dengue”.

Outro ponto destacado pelo coordenador foi quanto a participação e colaboração da população, principalmente, dos municípios da região da fronteira. “É importante que a população compreenda a importância do trabalho do agente de saúde, que ela receba não somente o servidor, mas que receba as orientações de prevenção que ele repassa. É importante que o agente de saúde faça uma visita domiciliar resolutiva”.

Comitê de enfrentamento

Durante o encontro foi criado um Comitê de Enfrentamento entre Brasil e Paraguai com objetivo de integrar as ações de combate dos países às arboviroses. Além disso, a SES instalou um Centro de Operação de Emergência (COE).

De acordo com o assessor militar na SES, coronel Marcello Fraiha, o COE deve auxiliar os 79 municípios em ações de enfrentamento às arboviroses no Estado.

“Corumbá faz divisa com a Bolívia e há registro de alta incidência de dengue no país vizinho. Na região do Paraguai, que faz divisa com Ponta Porã, há registros de aumento casos de chikungunya. Como existe fronteira seca entre esses países, muitos moradores saem em busca de atendimento médico nos municípios do Estado. Então, isto nos causa preocupação e nos coloca em alerta”.

Segundo a SES, os agentes de saúde de Ponta Porã estão passando por capacitação técnica com a realização de prática em campo para conter os novos casos da doença. “Nós precisamos desenvolver ações de controle em toda a linha de fronteira. E para isto, estamos recebendo todo o apoio da equipe técnica do Ministério da Saúde”.

Sintomas

A chikungunya é transmitida por meio da picada de fêmeas dos mosquitos do gênero Aedes contaminadas. O Aedes aegypti e o Aedes albopictus são os principais vetores. Como os mosquitos se proliferam em água parada, a transmissão da doença é maior nos meses chuvosos.

Normalmente, os sintomas da doença surgem entre 2 e 12 dias após a pessoa ser picada pelo mosquito contaminado. O período de viremia (presença do vírus no sangue circulante) pode durar por até 10 dias. Ele se inicia dois dias antes do início dos sintomas, podendo permanecer por cerca de oito dias.

As dores nas articulações são, geralmente, bilaterais, ocorrendo, por exemplo, no pulso direito e esquerdo e no joelho esquerdo e direito. Elas podem ser tão fortes que podem impedir a movimentação do paciente. Os principais sintomas da chikungunya são:

  • febre alta;
  • dor de cabeça;
  • dores musculares e na articulação;
  • conjuntivite;
  • erupção cutânea;
  • náusea e vômito.

 

 

ses/ms

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