Pesquisadores do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, formularam três tipos de ração para produção de tilápia para pequeno produtor de Zacarias, no interior paulista. A partir da nova formulação, é possível reduzir em até R$ 30 mil os custos com alimentos para criar 100 toneladas de tilápia. Outra vantagem foi o melhor desenvolvimento dos peixes, redução de 5% mortalidade, aproximadamente, e diminuição de 20 dias no ciclo de produção, que hoje é de 200 dias.
De acordo com o pesquisador do IP, Eduardo Abimorad, os custos com ração em um empreendimento aquícola em sistema intensivo podem chegar a representar 70% dos valores totais de produção. Por isso, alguns piscicultores considerados médios, ou seja, que produzem cerca de 100 toneladas por ciclo, vêm se interessando em investir em equipamentos para manufaturarem seus próprios produtos.
Este é o caso de Sergio Moura, piscicultor do interior paulista, que percebeu, em conjunto com o seu irmão e sócio, a vantagem de comprar equipamentos e passar a produzir a ração para os peixes dentro da propriedade. “Comecei a pesquisar e cheguei ao Instituto de Pesca. Conversei com o Eduardo Abimorad e ele formulou as rações para a nossa propriedade, dando opções de componentes para substituição”, conta.
Segundo o pesquisador do IP, o interesse dos produtores é a redução nos custos. Para se ter uma ideia, nestes novos produtos disponibilizados pelo IP, é possível economia de R$ 0,20 por quilo de ração, o que levando em conta ao volume usado por ciclo de produção de tilápias, gera redução de R$ 30 mil, valor que pode ser alterado em decorrência do preço dos insumos. “O Centro de Pescado Continental do Instituto de Pesca, por meio do conhecimento técnico de sua equipe, atende esse tipo de demanda, auxiliando esses empreendedores na formulação para a produção de ração de alta performance. O IP também atende indústrias, com o desenvolvimento de produtos que poderão ser comercializados em todo o estado e País”, explica.
“A partir da análise dessas informações formulamos uma ração para recria, com 30% de proteína digestível e 4 mm de diâmetro, e duas para crescimento, com 27% de proteína digestível e 6 mm de diâmetro, sendo uma principal e outra com ingredientes substitutos, proporcionando qualidade nutricional para um ótimo desempenho”, conta o pesquisador do IP.
Com as fórmulas em mãos, o piscicultor espera se recuperar dos danos causados pela Covid-19 para continuar as atividades. “Consigo na minha região mesmo achar todos os produtos necessários. A lista de componentes que pode ser substituído é muito boa, porque podemos levar em conta o preço dos produtos para produzir a ração, mas nunca deixando de lado a qualidade. Além de economizar, sabemos exatamente o que os peixes estão comendo”, conta.
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