Privatização dos Correios pode levar ao fechamento de agências no interior do MS

Com a privatização dos Correios, profissionais e representantes da categoria do Estado estão se mobilizando para impedir que a situação se concretize. Conforme a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, Telégrafos e Similares de Mato Grosso do Sul (Sintect/MS), Elaine Regina de Souza Oliveira, além das demissões, a privatização pode acarretar no fechamento de diversas agências do interior do Estado.

“Com a privatização dos Correios, eles alegam que vão manter a universalização postal, o que de certa forma é uma mentira pregada para aqueles que defendem a iniciativa. Uma vez que não teremos mais a universalização postal, muitas unidades dos pequenos municípios de MS serão fechadas. Com as agências fechadas, para onde vão os trabalhadores? Serão demitidos, sem sombra de dúvidas. Um grande exemplo é a Enersul que quando foi privatizada, de 3 mil, passou para 700 funcionários efetivados”.

“Eles alegam que Mato Grosso do Sul não gera receita para os Correios, por que a empresa é um montante fechado. Mas quando você analisa a situação, nós geramos lucro sim. Tudo o que é postado nos grandes centros eu preciso ter um carteiro em Corguinho, Porto Murtinho, Amambai para fazer essa atividade. O que pode ocorrer é que pode não ter mais essa atividade. Outra situação é em relação custo. Temos exemplos da nossa energia que é privatizada e o quanto nós pagamos”, ressalta.

O Governo Federal decidiu leiloar 100% dos ativos e passivos dos Correios como parte do processo de privatização do serviço. Um único comprador será escolhido em uma licitação prevista para março de 2022 e a Anatel ficará encarregada como agência que regulamenta serviços postais. A Câmara dos Deputados adiantou a votação para antes do recesso parlamentar, e a proposta deve ser discutida na semana que vem.

A presidenta da entidade alega que os profissionais do Estado estão se mobilizando para se posicionar contra a decisão. “Estamos com um calendário de negociação a nível nacional. Na sexta-feira (9) vamos organizar uma assembléia virtual para mostrar a nossa rejeição a esta proposta. Após isso, vamos ter os encaminhamentos. No dia 13 temos atos em Brasília para mostrar aos deputados que não estamos de acordo com essa decisão e buscar também o apoio a sociedade”, explica.

Em relação aos empregados em início de carreira, Elaine reforça que no documento que traz detalhes do projeto não há detalhes exemplificando como vai ficar a situação dos profissionais. “Quando você lê o PL/591, não há nada sobre os trabalhadores. Mas na nossa concepção, a tendência é a migração para a iniciativa privada. Não há nada no projeto que diga, mas independente da privatização, queremos saber qual é a ‘estabilidade’ que eles citam, já que a empresa está sendo acabada”, salienta.

Ontem (6), o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, voltou a se manifestar contra a venda de 100% dos Correios, informou o Ministério Público Federal.

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Aras opinou pela procedência parcial da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta pela Associação dos Profissionais dos Correios (ADCap) em dezembro do ano passado, na qual a entidade questiona o processo de desestatização.

 

 

Sintect/MS

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