Após uma live em que mostrou denúncias de fraude eleitoral já desmentidas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou ao tema do voto impresso neste sábado (31/7), ao compartilhar em suas redes sociais um vídeo sobre o funcionamento do sistema eleitoral no Paraguai.
“O Paraguai é exemplo para o Brasil quanto à confiabilidade das suas urnas”, escreveu ele. O país vizinho implementou a urna eletrônica recentemente, com a possibilidade de impressão do voto.
Na última quinta-feira (29/7), Bolsonaro usou sua tradicional live para fazer uma defesa enfática da adoção do voto impresso e voltou a falar sobre denúncias de fraude que circulam pela internet e já foram desmentidas.
O evento no Palácio da Alvorada foi aberto à cobertura de jornalistas credenciados pelo local e serviu também para o chefe do Executivo federal fazer fortes ataques a Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do TSE.
“É lamentável o que está acontecendo”, disse Bolsonaro na live. “O presidente do TSE não quer eleição, quer impor um nome”, acusou.
O presidente levou para a live um auxiliar, que se apresentou apenas como Eduardo, para mostrar o que seriam os indícios, mas apenas divulgou vídeos que já circulam pela web e por aplicativos de mensagens, com pessoas dizendo que apertaram 17 na urna e não viram a foto de seu candidato, denúncias que foram feitas em 2018 mas não foram provadas em nenhuma ocasião.
“Aos que me acusam de não apresentar provas, eu devolvo a acusação: apresente prova de que não é fraudável”, provocou o presidente, que defendeu seus indícios como “fortíssimos”, mas admitiu que eles ainda estão em apuração.
A Câmara dos Deputados discute uma proposta de emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) para que, “na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.
Sem votos na comissão especial, a votação da PEC foi adiada para depois do recesso parlamentar. A discussão do voto impresso centraliza uma cruzada entre o governo, o Congresso e especialistas em eleição. Especialistas são categóricos ao defender a segurança das urnas eletrônicas.
O cabo de guerra já resvalou em supostas ameaças à realização do pleito no próximo ano. A mais recente envolve o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto.
mtpl