O presidente da Azul, John Rodgerson, disse ao Valor que a ideia é criar um novo segmento dentro da companhia, com voos mais curtos. Essa aeronave tem autonomia para 240 quilômetros e a sua configuração é para seis passageiros mais o piloto. Por meio dessa potencial malha aérea, a companhia pretende conectar grandes centros econômicos, regiões metropolitanas, cidades turísticas, condomínios residenciais e aeroportos.
“Pode ser o ‘Uber dos céus’. Como essa aeronave pode decolar verticalmente, como um helicóptero, podemos usar pequenos aeroportos ou até mesmo os helipontos instalados nas grandes cidades”, disse o executivo.
Entre as rotas que a Azul avalia operar com essas aeronaves estão Campinas a Santos, Campinas a Campos de Jordão, São Paulo a São José dos Campos, Rio de Janeiro a Búzios.
“Essas aeronaves devem ser certificadas ao longo de 2024 para começarmos a operar em 2025. Já estamos conversando com a Anac [Agência Nacional de Avião Civil] para a elaboração das regras de operação desses carros voadores.”
Segundo ele, esse avião elétrico tem 36 motores e pode ser recarregado em até 30 minutos. “Vamos montar uma estrutura de abastecimento em alguns helipontos, pequenos aeroportos que devemos operar”, afirmou.
O executivo ressaltou que essa parceria reforça os compromissos ESG (governança ambiental, social e corporativa) da companhia, ao alavancar o desenvolvimento econômico e social no Brasil por meio de um modelo de avião 100% elétrico, com zero emissão de carbono
“Inovação está no DNA da Azul e esse projeto reforça o nosso compromisso de zerar a emissão de carbono até 2045. Estamos entrando em um novo negócio e essa tecnologia é o futuro”, ressaltou.
Rodgerson afirmou que a Azul chegou a avaliar outros “carros voadores”, inclusive o que a Embraer está desenvolvendo. A escolha pelo avião da Lilium , segundo ele, foi em razão da maior autonomia de voo e por ser uma aeronave maior.
“O Brasil é um dos maiores mercados do mundo para helicópteros e acreditamos que esse projeto possa revolucionar esse segmento e a mobilidade no Brasil nos próximos anos”, disse.
Segundo Rodgerson, a Lilium deve abrir capital na Nasdaq para financiar esse projeto. “Teremos a oportunidade de participar nos próximos meses do crescimento da empresa.
Essa é uma parceira estratégica e podemos, daqui a alguns anos, criar um modelo de negócio conjunto da empresa no Brasil, inclusive na venda dessas aeronaves no mercado brasileiro”, disse o executivo. “É mais do que uma simples encomenda”, afirmou.
Fundada em 2015, a Lilium se prepara para sua listagem na Nasdaq ainda este ano. A sede e a fábrica da companhia ficam em Munique (Alemanha), com equipes baseadas na Europa e nos Estados Unidos. A Lilium já fechou parceria, além da Azul, com a fabricante de baterias Customcells, para ser a fornecedora de baterias de íon-lítio da aeronave.
.“A Azul é a única companhia aérea parceira da fabricante. Como fizemos no Brasil desde a nossa fundação, estamos ansiosos para criar um mercado totalmente inovador nos próximos anos”, disse o presidente da aérea.
valor economico