Os investimentos chineses no Brasil somaram US$ 66,1 bilhões na última década e meia, de acordo com estudo de Tulio Cariello, diretor de conteúdo e pesquisa do CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China). Segundo o levantamento, os setores de eletricidade e extração de petróleo foram os que receberam a maioria absoluta do valor aportado entre 2007 e 2020, com 76%.
No entanto, ressalta Cariello, também houve projetos relevantes em agricultura, obras de indústria manufatureira, infraestrutura, finanças e tecnologia da informação. Esses movimentos que consolidaram a China como um dos principais investidores estrangeiros no Brasil nos últimos 14 anos, sendo que o País recebeu 47% de todos os investimentos chineses na América do Sul.
De acordo com o estudo, as empresas chinesas investiram em todas as regiões do Brasil, com projetos confirmados em 23 das 27 unidades federativas. O estado de São Paulo lidera com 31% do número de projetos confirmados entre 2007 e 2020, seguido por Minas Gerais (8%), Bahia (7,1%), Rio de Janeiro (6,7%), Goiás (5,4%) e Pará (4,6%).
Apenas em 2019 houve crescimento de 117% no valor dos investimentos chineses no Brasil, somando US$ 7,3 bilhões. Os aportes caíram drasticamente em 2020 (queda de 74%), somando US$ 1,9 bilhão. “Este foi o menor valor desde 2014, refletindo uma conjuntura internacional complexa marcada pela pandemia de Covid-19”, aponta o autor do estudo.
Em 2019, pela primeira vez o Nordeste atraiu a maioria do número de projetos chineses no Brasil, com participação de 34%, seguido por Sudeste (27%), Sul (15%), Norte (12%) e Centro-Oeste (12%). O Nordeste também liderou a atração de aportes em termos de valor, com mais da metade do capital investido naquele ano. Dos US$ 7,3 bilhões investidos pela China em 2019, 57% foram destinados ao setor de eletricidade, seguido pelas áreas de extração de petróleo e gás (23%) e obras de infraestrutura (15%).
Considerando-se o número de projetos, os investimentos chineses confirmados em 2020 foram direcionados ao Sudeste (78%), seguido por Norte (11%) e Nordeste (11%). O setor de eletricidade atraiu 97% do valor das operações confirmadas naquele ano.
cebc