Diagnosticar o câncer de ovário é um desafio, afinal, não existe nenhum exame que possa identificá-lo preventivamente, como ocorre com outros tipos de cânceres mais comuns como o de mama.
O médico oncologista Tiago Cerzósimo de Oliveira do Hospital São Mateus, em Cuiabá, explica que também não existem sintomas específicos que possam identificar o câncer de ovário, mas que o corpo pode dar alguns sinais de que é necessário buscar a ajuda de um especialista.
“É possível que a mulher sinta uma massa na região pélvica. As vezes pode se manifestar como um líquido na barriga, a ascite, que é conhecida como barriga d’água, e às vezes um incômodo abdominal”.
O câncer de ovário se manifesta em mulheres mais velhas, geralmente, com idade a partir dos 60 anos, contudo, o diagnóstico em mulheres mais jovens também ocorre.
“A idade é um dos fatores de risco, mas também existem outras questões que merecem atenção das mulheres como a obesidade, o histórico reprodutivo, no caso das mulheres que tiveram filhos após os 35 anos. Tratamento para fertilidade também pode aumentar as chances deste tipo de câncer”.
O oncologista reforça que a terapia hormonal após a menopausa está entre os fatores que potencializam as chances do desenvolvimento do tumor, porque aumenta a quantidade de estrogênio. Acompanham esses fatores o histórico familiar de câncer e as síndromes hereditárias.
Por outro lado, a prevenção ao câncer de ovário é auxiliada quando a mulher tem gravidez e amamentação antes dos 26 anos de idade, também quando faz uso por tempo mais prolongado de anticoncepcional.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil deverá registrar pelo menos 6.650 novos casos de tumor de ovário até o próximo ano, considerando uma escala iniciada em 2020.
“A mulher precisa conhecer o próprio corpo e se tiver alguma alteração dentro dos sintomas usuais, deve procurar um especialista. Para se comprovar ou não a existência do tumor, será feita uma biópsia, e se constatado o câncer, a ooforectomia, que é a retirada de um ou dos dois ovários”, ressalta Tiago Cerzósimo.
O especialista enfatiza que dependendo do tipo de câncer que acometeu o ovário, além da cirurgia, a paciente também precisa passar por quimioterapia.
inca/mt