Mesmo com as eleições para governadores do Estado próximas, os concorrentes ainda são indefinidos. Nem todas as candidaturas para 2022 possuem certeza, mas possíveis nomes para representar os partidos na cadeira mais importante do Parque dos Poderes. Os eleitores poderão votar para presidente e vice-presidente, além de representantes no Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e Senado Federal.
A apuração desta matéria é feita com base em nomes citados por partidos, pelos próprios candidatos e até mesmo por especulações. Os candidatos citados estão em atual exercício como senadores, secretários, deputados e, inclusive, prefeito de Campo Grande.
Os únicos candidatos que já possuem pré-candidatura confirmada são Zeca do PT, em representação ao partido citado no próprio nome, e o ex-governador André Puccinelli, que saíra em nome do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Ambas pré-candidaturas foram afirmadas neste ano.
O diretório do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul (PT/MS) aprovou resolução em 14 de agosto onde reafirmou que Zeca é o pré-candidato para as eleições do ano que vem. A pré-candidatura foi reafirmada no último dia 4 durante encontro em Brasília com o ex-presidente da República, Lula, como informado anteriormente pelo portal A Crítica.
O partido também aprovou uma articulação com siglas do campo de esquerda, democrático e progressista para possíveis alianças em 2022. O objetivo é pavimentar o caminho do ex-presidente Lula de volta ao cargo, ao mesmo tempo em que o PT ganha musculatura em nível estadual. “A responsabilidade do partido neste momento é aprofundar o debate da necessidade de ter uma candidatura própria em MS. Temos que construir alianças, como já construímos antes em situação ainda mais adversa”, ponderou o deputado estadual Amarildo Cruz.
Puccinelli também confirmou a sua pré-candidatura. No dia 26 de julho, durante bate-papo na rádio Difusora Pantanal, o político lembrou os feitos em sua gestão, e pediu contribuição dos que desejam auxiliar financeiramente sua campanha, através de uma “vaquinha” disponibilizada na conta do MDB.
As expectativas do cargo do Governo chegaram ao nome do atual prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad. A possível candidatura do político foi comentada, primeiramente, em maio deste ano pelo senador e presidente do Partido Social Democrático (PSD), Nelsinho Trad, em entrevista ao jornal O Estado. Em agosto, o próprio prefeito comentou a possível renúncia para assumir a candidatura.
Durante entrevista ao programa “Tribuna Livre” da Rádio Cidade 95 FM, Marquinhos Trad afirmou que não teria problema em renunciar ao cargo de prefeito de Campo Grande para se candidatar ao governo do Estado, caso recebesse “um sinal de Deus”.
Conforme o parágrafo primeiro do artigo 1° da lei complementar n° 64/90, caso queira concorrer ao cargo de governador pelo partido no ano que vem, Marquinhos terá de renunciar ao cargo de prefeito até o início de abril de 2022.
Um outro nome que aparece como possível candidato é o do ex-senador Delcídio do Amaral. Entre 2020 e 2021, Amaral declarou em entrevistas o desejo de concorrer ao cargo de governador pelo Partido Democrático dos Trabalhadores (PDT). O ex-senador ficou cinco anos afastado da política.
Atualmente no Senado, Soraya Thronicke está cotada para concorrer ao Governo do Estado pelo Partido Social Liberal (PSL). Ela também é presidente regional da sigla. A senadora lançou sua pré-candidatura, e afirmou que quer trazer mudanças ao Governo, o qual está “desgastado”.
“As pesquisas apontam que os sul-mato-grossenses querem uma virada de chave e apontam que querem uma mulher. Então se eu tiver de enfrentar, eu vou enfrentar e aí eu vou ter que me virar, me debruçar para aprender, para conseguir a expertise que eu preciso para lidar com tudo isso”, disse em entrevista ao segundo o MS Todo Dia.
A aposta do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para o Governo é o atual secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel. Essa será a primeira disputa do secretário pelo cargo de governador.
Conforme o RCN 67, em julho, o presidente estadual do partido, Sérgio de Paula, esteve em Três Lagoas, junto com o pré-candidato do partido, onde se reuniram com filiados do PSDB como forma de discutir as eleições do próximo ano. “O partido está organizado no Estado. É o partido com maior número de vereadores e prefeitos, além de ter nossa liderança maior, o governador Reinaldo Azambuja”, destacou Sérgio de Paula.
De Paula afirmou, ainda, que o pré-candidato do PSDB, Eduardo Riedel, está preparado para administrar o Estado e tem boa aceitação dentro do partido.
Também do PSDB, a deputada federal Rose Modesto confirmou a despretensão de disputar as eleições de 2022 pelo mesmo partido de Riedel. Ela declarou que decidirá somente em abril se deixará a sigla para concorrer por outro partido.
O juiz aposentado Odilon de Oliveira também tem intenção de concorrer ao Governo. Ainda em conversas com diversos partidos, o futuro político escolhe um para filiação até o mês de novembro. “Eu sou pré-candidato a governo. Quero buscar o apoio de todas as pessoas, seja de partido de esquerda ou de direita.”, afirmou.
Conheça os possíveis candidatos ao Governo do Estado de MS
1 – Zeca do PT
Zeca foi o primeiro deputado estadual do PT eleito em Mato Grosso do Sul pelo PT, em 1990 e reeleito em 1994. Em 1998 Zeca se elegeu governador de Mato Grosso do Sul e foi reeleito em 2002. Após alguns anos longe da vida pública, foi eleito em 2012 como o vereador mais votado de Campo Grande.
Considerado um dos vereadores mais atuantes da Capital, Zeca se candidatou ao cargo de deputado federal em 2014 para restaurar a presença dos movimentos sociais do estado na Câmara. Foi eleito com uma votação histórica, com 160.556 eleitores, 12,57% dos votos válidos, a 3ª maior votação percentual do País para deputado federal em 2014.
O ex-governador construiu uma relação com os movimentos sociais na luta pela defesa dos servidores públicos, dos trabalhadores sem terra e dos povos indígenas. Durante a atuação no Governo do Estado, implantou programas e projetos como o Fundo de Investimento Social, que permitiu que o governo criasse os programas sociais Bolsa Escola, Segurança Alimentar, o Fundo de Investimento do Esporte e o Fundo de Investimento Cultura.
2 – André Puccinelli
Puccinelli possui uma extensa carreira política, iniciada nos anos 80, como Secretário de Saúde do estado. Ele já foi deputado estadual, federal, prefeito de Campo Grande e governador por dois mandatos consecutivos.
É médico e atualmente disputa pelo MDB. O político já foi alvo de investigações sobre enriquecimento ilícito e pagamento de propina.
3 – Marquinhos Trad
Filho do ex-deputado federal Nelson Trad e irmão do ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, e do ex-deputado federal Fábio Trad. Começou a carreira na política como vereador em 2004, quando foi secretário municipal de Assuntos Fundiários na gestão do então prefeito André Puccinelli.
Em 2016, candidatou-se à prefeitura de Campo Grande pelo PSD[4]. Se classificou para o segundo turno para disputar o segundo turno com 34,57% dos votos válidos[5], vencendo a disputa com 58,77% dos votos válidos[6]. Em 2020, foi reeleito com 52,58% dos votos dados a todos os candidatos e derrotou Promotor Harfouche, do Avante, que ficou em segundo lugar, com 11,58%.
4 – Delcídio do Amaral
Delcídio começou a carreira política nos anos 90, como Ministro de Minas e Energia. Já cumpriu função como Secretário de Habitação e Senador. Forte nome para as próximas eleições, Delcídio ainda estuda a hipótese da candidatura para 2022.
5 – Soraya Thronicke
Soraya elegeu-se como senadora pelo Mato Grosso do Sul nas eleições de 2018, com 16,19% dos votos válidos. Ela foi eleita com base na influência do presidente Jair Bolsonaro e apoiou uma das principais pautas do chefe do executivo: a defesa do porte de armas
6 – Eduardo Riedel
Eduardo Corrêa Riedel é graduado em Ciências Biológicas pela UFRJ, mestre em Zootecnia pela UNESP e especialista nas áreas de Gestão Empresarial, pela FGV e Gestão Estratégica pelo Instituto Francês INSEAD.
Foi presidente da Famasul e do Conselho Deliberativo do Sebrae, vice-presidente e diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), além de secretário Estadual de Governo e Gestão Estratégica por seis anos (de 2015 a 2021), deixando a pasta para assumir o atual cargo de Secretário de Estado de Infraestrutura.
7- Rose Modesto
Rose foi a candidata a deputada federal mais votada no estado nas eleições de 2018, com 120.901 votos. Assumiu em 2019 seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Já foi vereadora e vice-governadora de Mato Grosso do Sul.
No PSDB, Rose Modesto ocupou o cargo de Coordenadora de Relações Multipartidárias do Secretariado Nacional da Mulher- PSDB-Mulher.
8 – Odilon de Oliveira
O juiz foi filiado ao PDT de 2017 a 2019, quando divulgou carta anunciando sua desfiliação ao PDT.
Tornou-se internacionalmente conhecido por sua atuação no combate ao crime organizado, sobretudo na região de fronteira do Brasil com o Paraguai, tendo prendido centenas de traficantes de drogas e desestruturado dezenas de organizações criminosas.
*Essa matéria foi feita com base em nomes citados por partidos, pelos próprios candidatos e analistas politicos do MS