O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, pré-candidato do PSD ao governo de Mato Grosso do Sul nas eleições de outubro de 2022, já anuncia o rompimento de uma aliança firmada lá atrás, em 2014, com o PSDB, do governador Reinaldo Azambuja.
Já o tucano, ao saber da intenção do prefeito, replicou o assunto: disse ele que não está nem um pouquinho interessado no que Marquinhos pensa do futuro da aliança entre PSDB e PSD.
Logo pela manhã desta segunda-feira (6), o prefeito Marquinhos Trad, em entrevista a uma emissora de rádio de Campo Grande, que repercutiu em reportagens na imprensa estadual, que trataram de eventuais sondagens políticas acerca de alianças partidárias, disse:
“posso até estar ao lado da professora Rose [Modesto, deputada federal, do PSDB que deseja de trocar de partido para concorrer ao governo] e do juiz Odilon [ex-juiz federal, filiado ao PSD, eventual candidato ao Senado] e até da Tereza Cristina [ministra da Agricultura, do DEM, hoje com um pé no PP, por motivação de candidatura].
Mas, de maneira alguma, num primeiro momento eu faria composição de chapa com Zeca do PT, André Puccinelli, MDB [prováveis pré-candidatos ao governo] e com Reinaldo Azambuja [governador tucano, principal defensor da pré-candidatura do secretário da Infraestrutura, também do PSDB, Eduardo Riedel]”.
A fala de Marquinhos, que sustenta a pretenção de desfazer da parceria que já dura sete anos, também espanta a ideia de que ele ainda “estaria pensando” se deixa ou não a prefeitura, cujo mandato expira somente em dezembro, para concorrer ao governo.
A afirmação dele é de pré-candidato
Presidente do PSD no MS, o senador Nelsinho Trad que, mesmo sem citar Marquinhos (seu irmão mais novo) como candidato ao governo, afirma que é desejo do partido, entrar na briga pela sucessão de Azambuja.
“O presidente do PSD em MS, senador Nelsinho Trad, informa que o partido terá, sim, candidato ao governo de Mato Grosso do Sul.”
“Com as mudanças das regras eleitorais, a sobrevivência partidária passa por candidatura própria”, disse Nelsinho, por meio de nota divulgada por sua assessoria de imprensa.
PSDB formou chapa com o PSD, em 2014, ano que Azambuja conquistou seu primeiro mandato ao governo numa disputa com o PT do então senador Delcídio do Amaral.
Naquele ano, a família Trad ainda integrava o PMDB, quando o atual senador Nelsinho Trad, disputou as eleições e não chegou ao segundo turno.
O PSD, porém, estava na chapa de Azambuja. Em 2015, os Trad desembarcaram no PSD, para lançar Marquinhos à prefeitura contra a tucana Rose Modesto.
Em 2018, a aliança PSDB e PSD garantiu o segundo mandato de Azambuja, em uma disputa com o então pedetista e ex-juiz, Odilon de Oliveira.
Atualmente, Odilon já está ao lado de Marquinhos e se filiou ao PSD.
Em 2020, o PSDB juntou-se ao PSD de Marquinhos que venceu as eleições já no primeiro turno, garantindo a reeleição.
Naquele ano, os tucanos até tinham um nome para a disputa, o da deputada Rose Modesto. Contudo, em nome a aliança, o comando do partido preferir compor chapa com Marquinhos.
A RESPOSTA
Na tarde da última segunda-feira, num compromisso público que participava, Reinaldo Azambuja foi questionado sobre a declaração de Marquinhos. E o tucano respondeu:
“Olha, a coligação é como casamento, a gente casa com quem quer casar com a gente. Quem não quiser casar com a gente, não é obrigado. Lá atrás, quando precisaram de nós, fomos importantes e ajudamos.”
“Não estamos nem um pouquinho preocupado com isso, primeiro que eleição vamos nos preocupar em abril de 2022 e a gente não escolhe adversário né, quem decide quem vai ser adversário é a estrutura do momento”, alfinetou o governador, que seguiu criticando a fala do prefeito.
“Política a gente faz com quem a gente gosta e com quem gosta da gente, quem não é a favor não é obrigado a ficar nas composições que ocorrerão no ano que vem”, finalizou o governador.
Até agora, na lista dos possíveis pré-candidatos ao governo de MS, aparecem os nome de Eduardo Riedel, do PSDB, Marquinhos Trad, do PSD e também dos ex-governadores André Puccinelli e Zeca do PT.
ce