Uma média de 7.668 indígenas de Mato Grosso do Sul foram contratados para o cultivo de colheita de maça em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Todo o encaminhamento foi feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
É o maior número de trabalhadores descolados à região Sul do país para essa finalidade, desde o início dos recrutamentos em 2011. A maioria sai de aldeias localizadas no município de Dourados, a 250 km de Campo Grande, com anotação do contrato em carteira e recebe salário mensal de R$ 1,3 mil mais o ganho pela produtividade.
“Somos bem tratados, bem recebidos pelo patrão e por todos. A gente enxerga que somos recebidos de bom coração e é um trabalho que nós sempre mostramos que temos capacidade, a cada empresa que vem”, conta o indígena Paulinho Barbosa, 37 anos e que há três deixa a aldeia Limão Verde, em Dourados, para laborar nas plantações da empresa Bortolon Agro Comercial, instalada no município de Vacaria, Rio Grande do Sul. Neste ano, a Bortolon empregou 1.057 indígenas do Estado.
As empresas contratantes pagam o mesmo salário-base, mas o rendimento bruto pode variar de acordo com outras vantagens oferecidas, como gratificação por produtividade, podendo chegar a quase R$ 3 mil. Os empregadores também arcam com o custo do transporte dos indígenas (ida e retorno), alimentação, alojamento e cesta básica.
Safra 2022
Em outubro, como atividade de planejamento para a safra 2022, aconteceu no município de Vacaria uma audiência administrativa presencial com a participação de produtores rurais e representantes de diversas empresas do setor de maçã. O encontro colocou no centro do debate o atual cenário das contratações de indígenas e a continuidade da aplicação dos planos de biossegurança elaborados pelos empregadores e dos protocolos sanitários estipulados pelas autoridades de saúde pública com foco na prevenção ao contágio por Covid-19.
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