Claro que foi apenas o primeiro jogo, com pouco mais de 15 dias de preparação, mas o São Paulo decepcionou o torcedor na estreia do Campeonato Paulista. Nesta quinta-feira, no Brinco de Ouro, em Campinas, o time de Rogério Ceni, o atual campeão estadual, apresentou os mesmos problemas da temporada passada, mesmo com os reforços em campo, e perdeu para o Guarani por 2 a 1.
O resultado encerrou um longo tabu. O Guarani não derrotava o São Paulo em casa desde 17 de maio de 1997, quando Muricy Ramalho, atualmente coordenador técnico do clube do Morumbi, trabalhava no time de Campinas. Foram 15 jogos (com 13 vitórias) neste período.
O São Paulo começou o jogo atacando pelo lado direito. Coincidemente o setor ocupado por três dos reforços de Rogério Ceni para esta temporada: Rafinha, Alisson e Nikão. Apesar da vontade de mostrar serviço para o torcedor logo na estreia, o pouco entrosamento atrapalhava o entendimento do trio.
Do outro lado, mesmo atuando em casa, o Guarani não era agressivo na marcação. A equipe de Campinas esperava ser importunada para sair de trás com lançamentos longos ou com alguma triangulação. E foi assim que quase abriu o placar, aos 28. Lucão do Break fez jogada individual e cruzou para Diogo Mateus, que perdeu gol incrível ao cabecear para fora, livre de marcação.
A dificuldade ofensiva do São Paulo do lado direito se estendia para os outros setores. A equipe não conseguia criar nada também pela esquerda e tinha muita dificuldade de avançar pelo meio. A primeira finalização saiu apenas aos 36, quando Gabriel Sara aproveitou um erro na saída para chutar de longe e quase surpreender Kozlinski.
Logo depois, o Guarani abriu o placar. E foi um golaço! Lucão do Break roubou a bola de Alisson perto da área e colocou no ângulo de Volpi. Na comemoração, abraçado pelos companheiros, o atacante esqueceu até de dançar, como costuma fazer e lhe rendeu o apelido. Aliás, o breakdance será esporte olímpico nos Jogos de Paris, em 2024.
Apesar do desempenho ruim no primeiro tempo, Rogério Ceni não modificou o São Paulo. O treinador optou por buscar alternativas sem mexer nas peças. O problema é que o time não conseguia encontrar uma maneira de furar o bloqueio defensivo do Guarani, que voltou do intervalo bastante recuado.
Sem soluções, mesmo com quase 70% de posse de bola, o jeito foi substituir. Nestor e Patrick entraram nos lugares de Gabriel e Nikão, respectivamente, para dar mais fôlego ao time. Não deu de uma resposta. O Guarani marcou o segundo. E novamente em um golaço. Desta vez, Diogo Mateus acertou o ângulo de Volpi em cobrança de falta.
O São Paulo não jogava bem, mas insistiu. Viu o árbitro Luiz Flávio de Oliveira marcar pênalti em Alisson, mas, com ajuda do VAR, o lance foi invalidado por impedimento antes da infração. E logo depois saiu o gol. Patrick cruzou bola da esquerda e Calleri marcou de cabeça. A reação parou por aí.
FICHA TÉCNICA:
GUARANI 2 X 1 SÃO PAULO
GUARANI – Kozlinski; Diogo Mateus, Ernando, Derlan e Eliel (João Victor); Bruno Silva, Madison e Eduardo Person (Caio); Yago (Ronald), Júlio César (Maxwell) e Lucão do Break. Técnico: Daniel Paulista.
SÃO PAULO – Volpi; Rafinha, Diego Costa, Léo e Reinaldo; Gabriel (Nestor), Alisson, Gabriel Sara (Marquinhos) e Nikão (Patrick); Rigoni (Eder) e Calleri. Técnico: Rogério Ceni
GOLS – Lucão do Break, aos 39 minutos do primeiro tempo; Diogo Mateus, aos 21, Calleri, aos 35 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Luiz Flávio de Oliveira.
CARTÕES AMARELOS – Léo e Derlan.
RENDA – R$ 136.360,00.
PÚBLICO – 5.458 pagantes.
LOCAL – Brinco de Ouro, em Campinas.
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