Há sinais de que o cenário de investimentos em agtech no Brasil está esquentando, aponta levantamento do portal especializado AgFunder. “O surgimento de um ecossistema local de capital de risco, além do aumento do interesse de investidores norte-americanos e europeus, está ajudando a alimentar essa tendência”, aponta a ferramenta Data Snapshot.
Foram três grandes negócios nos últimos dois meses investindo somas substanciais de dinheiro especificamente em empresas digitais que visam resolver os problemas de liquidez enfrentados por muitos dos pequenos e médios agricultores do Brasil. Apenas na última quinzena foram anunciados dois grandes acordos de financiamento de agtech: uma rodada de US$ 40 milhões para a TerraMagna e uma de US$ 21 milhões para a Agrolend da Série A.
Um fato importante ressalta do pelo AgFunder é que foram investimento de oito dígitos envolvendo empresas de agtech – o que era uma raridade no Brasil. “O Brasil é um dos maiores produtores agroalimentares do mundo. No entanto, foi [apenas] o 11º maior mercado em termos de financiamento de risco para startups de agtech em 2020”, de acordo com a edição mais recente do Farm Tech Investment Report, ficando muito atrás de pares como China e Índia, bem como players agrícolas significativamente menores, como Israel e Holanda.
As startups brasileiras que desenvolvem tecnologias para fazendas e agricultores arrecadaram um total combinado de US$ 67 milhões em 18 negócios discretos em 2020. Agrolend e TerraMagna se enquadram nessa faixa, garantindo uma combinação de financiamento de capital e dívida para financiar seus próprios planos de expansão, bem como suas crescentes carteiras de crédito.
Outra categoria que claramente chamou a atenção dos investidores é o software e os dispositivos de gerenciamento de fazendas. Isso inclui a maior rodada de agtech do Brasil até o momento: o aumento de US$ 60 milhões na Série B da Solinftec em fevereiro de 2020.
wtc investments/ag funder