Comércio de carne a base de plantas perde espaço nos EUA

A carne a base de plantas está perdendo espaço com a queda nas vendas nos Estados Unidos.  Um levantamento feito em setembro e outubro mostrou que as vendas de carne a base de plantas caíram 1,8% em comparação com o ano anterior, registrado baixa para 0,6% em 2021, de acordo com o grupo de dados de varejo dos EUA SPINS.

Entre os motivos para a baixa das proteínas plant-based estão  preços de 30a 40% mais caros do que a carne real, necessidade de melhorias no sabor e textura, obstáculos da cadeia de suprimentos, avaliam especialistas. O cenário mostra a perda de mercado que o setor projetava em relação a proteína animal no país.

Um aumento nas vendas de carne a base de plantas no início da pandemia, em 2020, estabeleceu oportunidades para o crescimento este ano, mas a demanda também foi afetada por consumidores comendo menos em casa, à medida que as restrições foram retiradas. Outro fator foram problemas na cadeia de suprimentos que tornaram alguns produtos indisponíveis nas prateleiras. Em algumas situações, esta onda de novos produtos estava sobrecarregando os consumidores, avalia a SPINS.

Os EUA são o maior mercado para “novas” carnes à base de plantas que simulam carne real em sabor e textura. O declínio nas vendas ocorre após números fracos de receita nas últimas semanas da Beyond Meat e da Maple Leaf Foods, o grupo canadense de carnes que possui a marca em proteínas à base de plantas, Green Leaf. “Nos últimos seis meses, inesperadamente, houve uma rápida desaceleração nas taxas de crescimento da categoria”, disse Michael McCain, executivo-chefe da Maple Leaf.

 

Por outro lado a mesma empresa superou as expectativas de receita com um aumento de 13,4% nas vendas em sua divisão de carnes reais. Analistas da BMO disseram esperar que a revisão do mercado de proteínas à base de plantas leve a uma redução nos gastos de capital e marketing.  As ações da Beyond Meat despencaram desde que registrou US$ 106 milhões em vendas no terceiro trimestre.

Ethan Brown, presidente executivo do grupo, disse que os consumidores estão menos abertos a experimentar novos produtos, além de estarem menos interessados ??em opções saudáveis. Ele também mencionou oportunidades reduzidas para amostragem de produtos ao cliente, já que a variante Delta diminuiu a circulação de pessoas em pontos de venda.

A queda nas vendas ocorre em um momento em que mais startups e empresas de alimentos estão oferecendo novos produtos à base de carne de vegetais. Preocupações com o impacto ambiental do gado e sustentabilidade, estimularam investimentos em proteínas alternativas nos últimos anos.

 

Em 2020, as startups de proteínas alternativas arrecadaram um capital recorde de US$ 3,1 bilhões, dos quais a carne, laticínios e ovos à base de vegetais arrecadaram US$ 2,1 bilhões. Os investidores parecem otimistas com a categoria como sempre, como a Impossible Foods anunciando  que fechou uma rodada de financiamento de US$ 500 milhões, levantando quase US$ 2 bilhões desde que foi fundada em 2011.

Alguns executivos acreditam que a queda nas vendas é temporária. Steven Cahillane, executivo-chefe da Kellogg, que possui a marca MorningStar Farms de produtos à base de plantas, disse que a pesquisa com consumidores da empresa mostrou que “ainda há muito entusiasmo e empolgação” por alternativas à carne.

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