Presidente interino da CBF tenta se manter o cargo com recurso no STJ

O presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues, apresentou recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tentar se manter no cargo até a realização de novas eleições na entidade.

Rodrigues pede a suspensão de uma decisão do presidente do STJ, Humberto Martins, que havia determinado ao juiz de primeira instância na Justiça do Rio de Janeiro, a nomeação do diretor mais velho, Dino Gentile, para comandar a CBF interinamente.

Os advogados de Ednaldo Rodrigues citam que a CBF já assinou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público do Rio de Janeiro, e que esse acordo já foi validado pela Justiça do Rio de Janeiro.

A petição apresentada por Rodrigues também é uma demonstração de força política: anexados ao seu pedido estão cartas assinadas por cinco dos sete vice-presidentes da CBF e por 22 dos 27 presidentes de federações estaduais, todos dizendo que concordaram com a assinatura do TAC e com a permanência de Rodrigues no poder.

Na guerra de poder em curso na CBF, Ednaldo Rodrigues tem como rival Gustavo Feijó, um dos dois vice-presidentes que não assinaram a carta de apoio a Ednaldo Rodrigues. O outro vice é Castellar Guimarães, também aliado de Feijó.

Os cinco vices que estão com Ednaldo Rodrigues são Fernando Sarney, Francisco Noveletto, Antonio Aquino Lopes, Antonio Carlos Nunes e Marcus Vicente.

As únicas federações estaduais que não endossaram o apoio ao atual presidente interino são: Alagoas, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Todas as demais assinaram.

Pelo TAC assinado com o MP, a CBF se compromete a realizar uma Assembleia Geral na próxima segunda-feira para definir novas regras eleitorais – e garantir a inclusão dos clubes de primeira e segunda divisões nas próximas eleições.

A ausência dos clubes na Assembleia Geral que definiu as regras eleitorais da CBF foi o motivo pelo qual o Ministério Público moveu uma ação contra a CBF em 2017. Após várias etapas, o caso chegou ao STJ.

A ação movida por Ednaldo Rodrigues nesta sexta-feira é uma resposta a uma petição apresentada por Dino Gentile na véspera, na qual ele também pede para ser empossado presidente da CBF.

Gentile alega que a decisão inicial de Humberto Martins, no dia 24 de fevereiro, não foi cumprida. E que o TAC assinado entre CBF e MP-RJ não tem validade, porque foi firmada por Ednaldo Rodrigues no dia 28 de fevereiro, quando ele já deveria – segundo essa argumentação – estar fora do cargo.

Dino Gentile, de 65 anos, é diretor de patrimônio, e foi nomeado pelo cargo na gestão de Marco Polo Del Nero, de quem é amigo há muitos anos – os dois trabalharam juntos na Federação Paulista de Futebol.

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