As boas precipitações ocorridas em praticamente todo o país ajudaram na recuperação de uma pequena parcela de lavouras semeadas tardiamente na Região Sul e Mato Grosso do Sul, mas não reverteram o cenário de queda da produtividade, já anunciada em levantamentos anteriores. O Rio Grande do Sul segue como o estado mais atingido pelo deficit hídrico em novembro e dezembro de 2021, seguidos por Paraná e Mato Grosso do Sul.
Em cenário oposto, a maioria dos outros estados conseguiram produtividades superiores às obtidas na última safra, com destaque para o Piauí, que tem obtido rendimentos 12,7% superiores, até o momento. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, aproximam-se do final da colheita, superando mais de 97% da área semeada.
As estimativas indicam produtividade média de 3.000 kg/ ha e uma produção total de 122,43 milhões de toneladas, queda de 14,9% e 11,4%, respectivamente. A queda na produção só não foi maior devido ao aumento de 4,1% da área semeada, alcançando 40.804,9 milhões de hectares nesta safra.
Oferta e demanda
A Conab faz novo ajuste nos dados de produçao de soja, antes estimada em 122,77 milhões de toneladas e neste relatório passa a ser de 122,43 milhões de toneladas. Para a safra 2020/21, houve ajuste no percentual de óleo de soja para produção de biodiesel, considerando também o percentual de óleo de soja na categoria Outros Materiais Graxos (OMG), usando a média entre o maior e menor percentual estatístico observado.
Com isto, o esmagamento de soja da safra mencionada, sofre uma redução de 875 mil toneladas em relação ao último quadro. Para a safra 2021/22, houve redução de estimativa de exportações em 3,16 milhões de toneladas, passando de 80,16 milhões de toneladas para 77 milhões de toneladas. Houve um aumento de esmagamentos de 3,57 milhões de toneladas passando de 42,93 milhões de toneladas para 46,50 milhões de toneladas.
A redução de estimativa de exportações e o aumento do esmagamento interno são motivadas por uma expectativa de menor exportação de soja em grãos para o segundo semestre, uma vez que, com as margens de esmagamento bastante atrativas, os esmagamentos e as exportações de óleo de soja devem ser elevados e, por isso, as exportações de óleo de soja passam a ser estimadas em 1,56 milhão de toneladas.
Como resultado do aumento da estimativa de esmagamento de soja em grãos e da redução de estimativa de exportações, os estoques de passagem de soja em grãos são estimados em 2,52 milhões de toneladas ao fim de 2022.
A estimativa de produção de farelo, para a safra 2020/21, tem um corte de 418 mil toneladas, motivado pela redução de esmagamentos e para a safra 2021/22 um aumento de 2,7 milhões de toneladas motivado pela ampliação dos esmagamentos previstos.
A estimativa de produção de óleo de soja tem um corte de 196 mil toneladas na safra 2020/21, movido pela redução de esmagamentos e, para a safra 2021/22, um aumento de 229 mil toneladas motivado pelo aumento de esmagamentos.
Por fim, a venda de óleo de soja no mercado interno tem uma redução de 195,9 mil toneladas na safra 2020/21 e de 236 mil toneladas na safra 2021/22 motivadas pelo ajuste de estimativa do percentual de óleo de soja usado para produção de biodiesel.