O mais próximo de uma Liga que o futebol brasileiro já teve se chamava Clube dos 13. Ele foi fundado em 1987 e, no ano seguinte, passou a cuidar exclusivamente da negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. A entidade, criada com a participação de São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Vasco, Fluminense, Flamengo, Botafogo, Internacional, Grêmio, Cruzeiro, Atlético-MG e Bahia, times que juntos somavam mais de 90% dos torcedores do País naquele período, deixou de existir na prática em 2011.
Andrés Sanchez, então presidente do Corinthians, sempre se gabou de ter implodido o órgão como consequência de uma promessa não cumprida de Ricardo Teixeira, presidente da CBF. Na época, os 20 times filiados ao Clube dos 13 estavam divididos por causa da reeleição do ex-presidente do Grêmio, Fábio Koff, à presidência da instituição, ocorrida no ano anterior. Koff venceu Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo, e que tinha o apoio de Teixeira, um grande padrinho, para assumir o Clube dos 13.
Com o racha dos clubes, Andrés Sanchez, que estava na mesma comitiva política da dupla Teixeira/Leite, passou a minar o Clube dos 13. Em fevereiro de 2011, o cartola pediu a desfiliação da entidade, alegando não concordar com a maneira como estavam sendo negociados os direitos de transmissão dos Campeonatos Brasileiros de 2012 a 2014. Entendia que a divisão do dinheiro seria prejudicial ao Corinthians.
Em seguida, vários clubes, entre eles Flamengo, Fluminense, Vasco e Santos, passaram a negociar diretamente com as TV os seus direitos de transmissão dos jogos. Isso esvaziou o Clube dos 13. Sem força e rachada, a entidade não teve outro caminho a não ser fechar suas portas. A CBF passou então a negociar com a TV em nome dos campeonatos.
Mais recentemente, os direitos de transmissão do Brasileirão foram divididos entre o Grupo Globo e a Warner Media, dos Estados Unidos.
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