A pré-candidata ao governo do Estado, deputada federal Rose Modesto (União), já levou o projeto MS que Queremos para 57 cidades cruzando o estado ouvindo os problemas enfrentados pela população. Nesta rota pelo sudoeste do estado, na última sexta-feira (20) e sábado (21), as principais queixas dos moradores foram a falta de estrutura médico-hospitalar, moradia, geração de emprego e renda para jovens e mulheres.
A pré-candidata percorreu 1060 quilômetros ouvindo lideranças políticas, comunitárias e a população na rua pelas cidades de Porto Murtinho, Caracol, Bela Vista Jardim, Nioaque, Miranda, Bodoquena, Bonito e Guia Lopes da Laguna, onde foi feito o grande encontro regional.
A falta de oportunidade de crescimento, capacitação e qualificação, além da sedução de dinheiro rápido e fácil promovido pelo turismo de pesca na fronteira com o Paraguai são fatores que na opinião da estudante Michelle Benitez Lopez,18, moradora de Porto Murtinho, devem ser cuidados pelo governo. “Eu consegui terminar o Ensino Médio e estou no primeiro semestre de Turismo EAD graças ao dinheiro que a minha irmã mais velha consegue trabalhando nos barcos de pesca. Ela me deu a oportunidade de estudar. Aqui, se você for mulher sabe que tem emprego garantido nos barcos, mas estudo, qualificação e oportunidades para sair dessa vida e conseguir algo melhor não existe”, explica.
A escassez de oportunidades para as mulheres conseguirem seu sustento também é uma questão delicada em Jardim. Como é o caso da dona de Casa, Carmen Flores, 52, que para não faltar comida para as crianças faz desde sabão de álcool para vender a diárias em casa de família. “Eu não tenho estudo, nunca tive oportunidade, mas eu obrigo meus filhos a irem à escola. Eu não trabalho fora, ganho R$ 400 do governo e para ajudar nas compras do mês faço sabão de álcool para vender, faço faxina em casa de família. Eu tento me virar nos 30 todo mês”, comenta.
Outro problema encontrado na rota sudoeste do MS que Queremos é a falta de estrutura médica e atendimento especializado. Esse é o caso relatado por Vanessa Lodi, 42, moradora de Nioaque, que tem um filho defiente. Ela explica que a saúde do município é precária e para fazer exames tem que ir para Aquidauana ou Campo Grande. “Eu tenho um filho deficiente que precisa de atendimento diferenciado com foco, fisioterapia e aqui em Jardim não tem. Eu estou há 4 anos esperando na fila para meu filho ser atendido na Apae. Como tenho filho especial não consigo sair para arrumar emprego e com isso dificulta ainda mais a situação”, explica.
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