De acordo com Juan Manuel Garzón, economista do Governo Regional da Fundação Mediterrâneo, os produtores brasileiros estão recebendo muito mais do que os argentinos pelos produtos exportados, principalmente a soja. As informações foram divulgadas pelo Infobae.
Em julho, enquanto um exportador brasileiro de soja recebe US$ 573 por tonelada de soja exportada por meio de Paranaguá, exportador argentino que exporta pelo porto de Rosário recebe em troca o equivalente a USD 166 em pesos do dólar “Dinheiro com Liquidação”, a referência mais válida, pois paga boa parte de seus insumos produtivos nesse dólar.
Isto é, o produtor argentino de soja recebe 29% do que o concorrente brasileiro recebe, a menor proporção dos últimos dez anos, destacou Garzón. Ou vice-versa, o produtor brasileiro recebe 3,45 vezes (ou seja, 245% a mais) do que o argentino.
No caso do milho, a diferença é menor, mas ainda muito grande. Também para julho e considerando os mesmos portos de partida, o produtor argentino de milho recebe o equivalente em pesos a 98 dólares CCL, enquanto o brasileiro recebe 238 dólares livres de poeira e palha. Logo, o produtor argentino recebe 41% do que recebe seu colega brasileiro. Ou, dito de outra forma, ele recebe 143% a mais em dólares.
Um índice elaborado pela Fundação Agrícola para o Desenvolvimento da Argentina (FADA), levando em conta não apenas as retenções, mas também os impostos e alíquotas que um produtor deve arcar em todos os níveis, especificou que até dezembro passado a participação do Estado na renda agrícola era de 63,2% para a média ponderada das safras de soja, milho, trigo e girassol. Ou seja, para cada US$ 100 gerados pelo produtor (renda menos os custos totais), US$ 63,20 são arrecadados pelos diferentes níveis de governo por meio da cobrança de impostos nacionais e provinciais e taxas municipais.
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