Na semana em que o país atingiu cerca de 1.400 casos confirmados da monkeypox, ou varíola dos macacos, o médico e senador Nelsinho Trad (PSD-MS) alertou o Senado Federal: “devemos agir agora e impedir que a doença seja o motivo de uma nova pandemia”.
O parlamentar e especialista em saúde pública relembrou a chegada do coronavírus ao Brasil. Segundo o senador Nelsinho Trad, embora a taxa de mortalidade até o momento seja menor que 1%, assim como ocorreu com a covid, os dados ainda estão sendo registrados mundialmente e o conhecimento científico é dinâmico. “Para se ter uma ideia, até terça-feira, apenas Brasil e Espanha registraram mortes relacionadas à doença fora do continente africano. Já ontem, Peru e Índia entraram na lista de locais onde ocorreram fatalidades.”
Pacientes com o sistema imunológico comprometido e indivíduos com histórico de doenças inflamatórias de pele estão entre os que devem tomar mais cuidado segundo as autoridades em saúde. Gestantes, puérperas e lactantes também fazem parte do grupo de risco. Uma nota técnica elaborada pelo Ministério da Saúde recomendou , esta semana, que esse grupo use máscara, se afaste de qualquer pessoa com sintoma da doença e use preservativo em todas as relações sexuais.
Mas o senador Nelsinho Trad também defendeu atenção às crianças. Explicou que meninos e meninas de até oito anos de idade são particularmente afetados pela monkeypox. “A situação deve ser vista com seriedade. Tendo em vista as características do ambiente escolar e as dificuldades óbvias desse grupo quanto ao uso de máscaras e à prática do distanciamento, existe a possibilidade de que a doença se espalhe rapidamente entre as crianças. Isso precisa ser evitado a qualquer custo.”
Prevenção
Pelo menos quatro estados – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal – já anunciaram transmissão comunitária da varíola dos macacos, quando não é possível identificar mais os “pacientes zero” da doença.
O médico e senador também informou na sessão desta tarde que o vírus da varíola dos macacos se espalha por meio de contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
“Os sintomas – é preciso esclarecer – não se restringem a lesões na pele. A doença começa, na maior parte dos casos, com uma febre súbita e intensa. Podem ocorrer também dor de cabeça, náusea, exaustão e presença de gânglios. Já as manifestações na pele podem se dar por bolhas ou lesões em diversas partes do corpo, do rosto aos pés”, afirmou.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) já declarou emergência de saúde pública global.
“Renovo aqui a minha expectativa em atenção redobrada pelo Ministério da Saúde, confiando na equipe técnica que existe para poder se contrapor a esse mal, na certeza de que a experiência com a covid-19 valerá para impedirmos o avanço na propagação do vírus”, disse o senador Nelsinho Trad.
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