O presidente da China, Xi Jinping, consolidou o controle sobre o Partido Comunista do país em um nível nunca visto antes desde a liderança do fundador Mao Tsé-Tung. Seu desafio, agora, será mostrar se consegue administrar com a mesma habilidade uma economia que já enfraqueceu consideravelmente neste ano. Os mercados chineses reagiram negativamente, nesta segunda-feira, depois que Pequim nomeou lideranças partidárias leais a Xi, e o governo disse que a economia cresceu 3,9% no terceiro trimestre de 2022.
Essa taxa, embora acima da previsão dos economistas, faz com que o crescimento dos primeiros nove meses do ano fique estacionado na faixa dos 3%, deixando a China no caminho de não atingir, por larga margem, sua meta oficial de 5,5%.
Nesta segunda, a moeda chinesa caiu em relação ao dólar americano ao seu menor nível em 14 anos. Já o índice Hang Seng, da Bolsa de Hong Kong, chegou ao patamar mais baixo desde abril de 2009. Em Xangai, o índice de bolsa de valores fechou em baixa de 2,02%, estendendo suas perdas até agora neste ano a 18,19%.
Outros dados divulgados nesta segunda mostraram desaceleração na demanda doméstica, afetando as exportações e os preços de moradia, que caíram em setembro a seu nível mais baixo em sete anos. A China deverá registrar, neste ano, o menor crescimento em uma geração – se não contar 2020, quando o mundo lidava com a primeira onda da covid-19.
Tudo isso deixou o mundo atento para saber se Xi Jinping vai tomar medidas mais assertivas para reacender o desenvolvimento econômico. Um dos possíveis passos seria o afrouxamento das rígidas regras anticovid que forçaram lockdowns e diminuíram as atividades econômicas, além de mais suporte ao mercado imobiliário que está em derrocada, com a possibilidade de pacotes de ajuda para incorporadoras em dificuldade.
Apesar dos desafios, vários analistas ainda acreditam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país vai ultrapassar os 4% no próximo ano. Se a previsão se concretizar, a taxa ficará acima do crescimento global estimado em 2,7% pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
reuters