O fornecimento de gás GLP às revendedoras de Mato Grosso do Sul está prejudicado e, em alguns locais, o estoque do produto está zerado. Em Campo Grande, há racionamento na revenda, mas em cidades do interior do Estado a situação é mais crítica.
Antonio Cyreno tem uma revenda de gás em Campo Grande e vendia 350 botijões de gás por dia. No entanto, neste mês a venda diária é de 30 botijões, em média. “Há mais ou menos 12 dias está faltando gás no Estado. Estou fazendo revezamento de funcionários no dia a dia, pois não tenho mais estoque”.
Proprietária de revendas de gás em Campo Grande e Três Lagoas, Karoline Magalhães afirma que, nos últimos 10 dias, recebeu cargas do produto apenas duas vezes. “A falta é geral. Está faltando gás de cozinha em toda Campo Grande”.
Motivos diversos levam à falta de gás GLP
Não há uma única explicação para a dificuldade no fornecimento de gás no Estado. Presidente do Sindicato do Gás de MS, Vilson de Lima afirma que é um conjunto de fatores que levam à situação atual.
“Desde o começo de novembro a situação vem piorando, sabemos que teve a questão de protestos em rodovias, o fechamento da fronteira na Bolívia e greve em refinarias. Mas não há informações precisas sobre o motivo dessa situação”, afirma o presidente do sindicato.
Já o revendedor Antônio Cyreno afirma que a situação se deriva de uma manutenção de rotina da Petrobras em novembro, junto com o fechamento da fronteira com a Bolívia e a venda de uma envasadora de gás na Bahia.
Crise se agrava no interior de MS
Em Sidrolândia, a revenda do Adilson Ataíde está com estoque zerado e sem previsão de receber novo carregamento. Ele conta que desde o fim de outubro está com dificuldade no abastecimento.
“Eu vendo mais de 1 mil botijões por semana, o estoque chegou a zerar várias vezes como hoje, mas agora não tenho previsão de receber novo carregamento”, afirma. Ele diz que na cidade a população já sente dificuldade para comprar gás.
De acordo com o sindicato do gás, em média, o faturamento das revendas caiu 60% em novembro. Mas em alguns casos a situação é mais grave, como do Antônio Cyreno, onde o faturamento caiu 90%.
mdx