Após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no domingo (1), a atividade de acampamentos bolsonaristas, que defendem intervenção militar, na frente dos quartéis do Exército em Curitiba diminuiram significativamente. Em dois acampamentos, no Bacacheri e no Boqueirão, a redução de participantes é visivel. São menos pessoas e barracas também, assim como vem acontecendo em diversas cidades do País.
Segundo monitoramento dos grupos de whatsapp dos manifestantes em Curitiba, a adesão começou a cair já na sexta (30), quando o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um live nas redes sociais, na qual condenou o ato terrorista de George Washington de Oliveira, que foi preso em flagrante suspeito de colocar uma bomba em um caminhão na região do Aeroporto Internacional de Brasília. “Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão”, acrescentou, enquanto também criticava a classificação do suspeito como “bolsonarista”. “Hoje em dia se uma pessoa aí comete um deslize, crime ou fazer algo reprovável pela sociedade, ou que não está de acordo com as leis, é bolsonarista”, disse o ex-presidente. Se dirigindo a seus apoiadores, o presidente disse ainda: “Não vamos achar que o mundo vai acabar no dia 1º.” Ele também negou a ideia de “vamos para o tudo ou nada”. “Não tem ‘tudo ou nada”, declarou antes de pedir que seja feita oposição com “inteligência” ao governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No mesmo dia, Bolsonaro embarcou em voo da FAB e seguiu para férias em Orlando, nos Estados Unidos, aonde pretende ficar por até 3 meses. Nos grupos, muitos demonstravam decepção. “Ficamos no acampamento tanto tempo para nada. Ele nos abandonou!”, postou um participante.
No sábado (31), o então presidente em exercício e vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão, fez um pronunciamento em rede nacional, no qual afirmou que a “alternância de poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada””Tranquilizemo-nos! Retornemos à normalidade da vida, aos nossos afazeres e ao concerto de nossos lares”, disse. “Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social. E de forma irresponsável deixasse que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta. Para alguns, por inação, e para outros por fomentar um pretenso golpe “, afirmou Mourão, sem citar nomes. As declarações foram criticadas pela clã Bolsonaro e também nos grupos de whatsapp, mas também, foi uma forte ação que causou o esvaziamento do movimento em todo o país.
bp