A falta de nomeações para cargos federais em Mato Grosso do Sul pode ser um dos sintomas de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda busca uma base consistente no Congresso. Um dos líderes do PSD estadual, o ex-deputado federal Fábio Trad acredita que tem faltado diálogo entre petistas e aliados.
Já o coordenador da bancada federal, o deputado Vander Loubet (PT), que tem sido o responsável em articular com os partidos da base do governo para preencher as vagas em ministérios e superintendências em MS, afirmou que algumas nomeações de consenso poderiam ser feitas até o fim de semana, o que não se concretizou devido a necessidade de mais tempo para que aconteça boas indicações.
As conversas com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), não foram suficientes para fechar a lista de indicados, já que o petista faz mistério sobre a relação. Líderes de partidos aliados confirmam a indefinição.
Fábio Trad, que é apontado como substituto do irmão, o senador Nelsinho Trad, como responsável pelas indicações pessedistas, afirma que a lista não está fechada. “Faltam algumas articulações para concretizar essas indicações, tanto do PSD nacional quanto do PSD estadual, representado na presidência pelo Nelsinho, quanto do PT”, diz o ex-deputado.
Contemplado no governo Lula com o cargo de gerente de Auditoria e Controle da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), Fábio acredita que dois fatores emperram as indicações e nomeações no governo federal.
“Acho que está faltando mais diálogo entre os partidos aliados e o PT, e o ministério responsável [pelas nomeações] faz uma análise muito detalhada, pormenorizada dos nomes”, opina o ex-deputado federal.
Vander Loubet diz conversar ainda com a senadora Soraya Thronicke (União), na tentativa de convencê-la a fazer parte da base, e com a ministra de Planejamento, Simone Tebet, e o secretário estadual da Casa Civil, Eduardo Rocha, ambos do MDB.
Atualmente, os nomes de consenso que aguardam nomeação desde o fim de janeiro são da superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em MS, que ficou com o ex-vereador de Ponta Porã Paulinho Roberto do PT, e da dirigente estadual do MST Marina Ricardo Nunes Viana, para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
oj