Algumas pessoas afirmam que ficamos mais “paranoicos” em relação a limpeza após a pandemia de coronavírus. Além do excesso de álcool em gel nas mãos, era necessário lavar as sacolas plásticas, assim como as embalagens que ficavam expostas no mercado. Os sapatos e chinelos deveriam ficar ao lado da porta, ou na área de serviço para não levar bactérias, fungos e sujeiras para o restante da casa.
Apesar dos números da Covid-19 terem diminuído, essas ações devem continuar para manter a casa limpa e visando o bem estar da saúde de quem reside no interior da residência. Os microrganismos estão em todos os ambientes, ao pisar com o tênis no chão do apartamento, por exemplo, você está levando para dentro de casa, todas as sujeiras e bactérias.
Eles são os causadores de doenças respiratórias, como asmas, pneumonia, ou infecções intestinais, como diarreias e até mesmo doenças de pele, como dermatites.
A imagem do banheiro do Big Brother Brasil (abaixo) viralizou na internet ao mostrar o chão do box imundo. Se não o lavar direito e com certa frequência, o cômodo se torna um dos principais agentes de infecções da casa, juntamente com o quarto e a cozinha.
Mas com que frequência deve-se limpar essas partes? E como fazer para impedir a proliferação de bactérias, vírus e fungos? O GLOBO conversou com especialistas para saber exatamente essas respostas. Confira:
Banheiro
Limpar o banheiro é uma tarefa que poucas pessoas gostam e preferem procrastinar a limpeza ao máximo, porém é um hábito necessário e importante para a saúde das pessoas, visto que, é o lugar onde depositamos dejetos, fluidos orgânicos e realizamos a higiene pessoal e íntima.
A área exige mais cuidados com a limpeza do que muitos outros locais da casa de forma geral. Segundo um estudo realizado pelo Centro de Higiene e Saúde em Casa e Comunidade, do Simmons College, localizado em Boston, EUA, em uma banheira há mais bactérias que causam infecções na pele do que em uma lata de lixo — foram encontrados 25% de bactérias como essas no espaço do box, em comparação a 5% identificado na lata de dejetos.
— O banheiro é um local onde a fonte de proliferação de fungos e bactérias é muito alta, sendo ideal a sua limpeza completa com desinfetantes específicos e água sanitária ao menos uma vez por semana — afirma Gabriela Castro, microbiologista da Richet Medicina & Diagnóstico.
Porém algumas partes específicas dentro do cômodo merecem uma atenção ainda maior. O vaso sanitário, por exemplo, deve ser limpo de duas a três vezes por semana com agentes desinfetantes, dependendo de quantas pessoas usam a privada normalmente. As banheiras ou box também devem ser limpas de acordo com a frequência de uso, mas se pensar que uma pessoa toma de uma a dois banhos por dia, deve ser lavado de uma vez por semana a pelo menos a cada 15 dias.
As pias, por terem contato direto com fluidos da boca e nariz, também devem ser lavadas duas vezes por semana, enquanto os pisos, azulejos e armários (parte interna e externa), precisam ser higienizados uma vez por semana.
— Para minimizar a proliferação de bactérias e fungos algumas medidas podem ser adotadas. A ação de dar a descarga com a tampa fechada minimiza muito a formação de aerossóis, que são mecanismos pelos quais as bactérias e fungos são dispersadas no meio ambiente podendo ficar em suspensão no ar por até 2 horas, sendo fonte potencial de contaminação — explica Castro.
Cozinha
Alguns estudos internacionais apontam o espaço da cozinha como uma das áreas mais problemáticas da casa quando o assunto é a proliferação de bactérias e fungos — muitas vezes até mais do que o banheiro. Isso porque o espaço recebe todo o tipo de alimento cru, como carnes e frangos, e até mesmo verduras e legumes não lavados que podem conter larvas. E que se não forem lavados ou manuseados corretamente, infectam as pessoas diretamente.
A esponja que faz a limpeza da louça, pia, geladeira, com atenção especial nas gavetas dos vegetais, o fogão e os botões de ligar o forno, bem como a alça da porta dele, são alguns dos lugares que mais encontramos bactérias e fungos, com ambiente propicio para a proliferação e desenvolvimento deles, ou seja, calor e umidade — diz o infectologista da Fiocruz, José Cerbino.
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