O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, atribuiu, em suas redes sociais nesta quinta-feira (6), a escalada de tragédias em escolas à reprodução de ódio na sociedade, inclusive pela internet.
“O acervo de causas que leva à ampliação de tragédias está bem visível: proliferação de ódio na sociedade, inclusive por uma internet desregulada e com empresas irresponsáveis; incentivos ao armamentismo e à ideologia da morte; agrupamentos nazistas e neonazistas”, declarou.
Dino informou também que na manhã desta quinta-feira, por intermédio da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), fará uma reunião com as delegacias estaduais de investigação e repressão a crimes cibernéticos. Na pauta, uma operação integrada em todos os Estados sobre violência em escolas e universidades.
Na quarta-feira (5), o ministro informou que vai investir R$ 150 milhões no apoio às rondas escolares ou similares. A medida, autorizada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, faz parte de um projeto de lei interministerial. A liberação dos recursos será feita por meio de um edital, já na próxima semana.
O dinheiro será oferecido aos estados e municípios que detém a competência constitucional para fazer o patrulhamento ostensivo.
O anúncio foi feito em um encontro no qual participaram os ministros Flávio Dino (Justiça), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde) e Sílvio Almeida (Direitos Humanos).
“Com isso, nós vamos fortalecer esse trabalho de policiamento das guardas municipais. Também estou constituindo na nossa Secretaria Nacional de Segurança Pública, grupo emergencial de monitoramento daquilo que é chamado de deep web e dark web. Estamos vendo nesse instante, no país, uma ideia de pânico. Há ameaças em relação a outras escolas, universidades”, explicou o ministro.
O MJSP estará, também, a partir de quinta-feira, com 50 policiais que vão se dedicar nos próximos dias, exclusivamente, ao monitoramento dessas ameaças na internet. De acordo com o ministro, isso envolve todos os ministérios representados na reunião no Palácio do Planalto.
“Não há uma única saída. E temos uma dimensão emergencial que é fortalecer os trabalhos dos estados e municípios no que se refere às rondas escolares e, ao mesmo tempo, fortalecer os trabalhos do Sistema Nacional de Segurança Pública, no que se refere a estas postagens que estão, infelizmente, se alastrando na internet”, pontuou.
Em relação ao monitoramento na internet, Dino explicou que a ação já existe e é nacional e em apoio aos estados e municípios. “Em face da ocorrência em Santa Catarina e em face das novas ameaças o que estou fazendo agora não é criar o grupo, mas ampliar um grupo que já existe e que é lotado em Brasília, na Divisão de Operações Integradas da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Diopi)”, disse.
(Com CNN)