Técnicos do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), concluíram nessa semana os serviços de reestruturação de todas as estações meteorológicas da Rede Estadual de Monitoramento Climático.
“A reestruturação baseou-se em dois pilares principais: o primeiro foi a troca das baterias e a manutenção completa das estações e sensores meteorológicos; o segundo, foi a atualização do sistema de transmissão dos dados meteorológicos utilizando-se de equipamentos com mais tecnologia embarcada”, explicou o meteorologista do Cemtec, Vinicius Sperling, responsável pelo projeto.
O Cemtec tem estações meteorológicas em 15 municípios: Angélica, Aral Moreira, Bandeirantes, Bonito, Caarapó, Camapuã, Fátima do Sul, Iguatemi, Itaporã, Laguna Carapã, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Pedro Gomes, Ribas do Rio Pardo e Santa Rita.
Integram a rede e estão sob responsabilidade técnica do Cemtec, através de Acordo de Cooperação, outras 25 estações meteorológicas instaladas pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), das quais apenas duas estão com problemas técnicos no momento, aguardando a chegada de peças para conserto.
A estação meteorológica é composta por um uma torre de alumínio com 10 metros de altura, onde é instalado o sensor que mede a velocidade e direção dos ventos. Neste mesmo mastro é fixado o painel solar que gera energia necessária para o funcionamento da estação e para carregar as baterias que irão alimentar os equipamentos durante a noite.
Na base do mastro fica o abrigo meteorológico, a dois metros de altura, dentro do qual estão os sensores de temperatura e umidade relativa do ar e o barômetro (mede a pressão atmosférica). Distante cinco metros da torre se localiza o suporte que sustenta o pluviômetro e o radiômetro solar.
Todos os equipamentos são conectados, através de cabos, a um processador – que é o cérebro da estação – e que armazena e transmite os dados via satélite ou por sinal de celular ao Inmet.
Estas estações meteorológicas coletam e enviam para as bases de dados, a cada 1 hora, informações da temperatura do ar, umidade relativa do ar, ponto de orvalho, pressão atmosférica, velocidade e direção do vento, radiação solar e quantidade de chuva (em milímetro) quando há precipitação.
Esses dados meteorológicos serão transformados em boletins com informações fundamentais para tomada de decisão de diversos setores estratégicos para o Estado, como a Agricultura, Pecuária, Logística, Defesa Civil, entre outros.
Também subsidiam informações precisas para o planejamento das ações de combate aos incêndios florestais, são utilizados como variáveis climáticas necessárias para estimar o balanço hídrico e identificar as áreas e os períodos do plantio com o menor risco climático, definindo o zoneamento para o cultivo agrícola.
Em todas as estações visitadas, foram realizados procedimentos padrão de manutenção preventiva e, algumas delas, passaram por manutenção corretiva.
Os procedimentos padrão do Inmet para manutenção preventiva consistem em limpeza geral do radiômetro solar e troca de sílica, limpeza geral do pluviômetro (conferindo a calibração do pluviômetro após limpeza), limpeza do painel solar e, se necessário, a substituição do painel solar.
Limpeza geral do abrigo meteorológico, dos sensores de temperatura e umidade, do filtro de entrada de ar do barômetro e lubrificação dos conectores dos sensores ligados ao processador também são feitos, assim como a verificação da carga da bateria e, se necessário, a substituição das baterias, verificação da carga enviada pelo painel solar, teste de funcionamento do carregador de bateria (regulador de carga) e ajuste da hora do sistema de transmissão.
Sperling e mais um técnico do Cemtec trabalharam desde início do ano no projeto de reestruturação da Rede de Estações Meteorológicas, com assistência técnica e orientação remotas de técnicos do Laboratório de Instrumentos Meteorológicos (Laime) do Inmet.
Segundo ele, algumas estações apresentavam problemas devido a curto circuito, outras precisaram de reposição de peças e todas passaram por ajustes e manutenção. Qualquer problema técnico atrapalha a transmissão de dados e torna menos eficiente a leitura meteorológica daquela região, daí a importância da manutenção rotineira.
“Quanto maior o número de estações meteorológicas em funcionamento e de informações meteorológicas pretéritas precisas, melhoram substancialmente os dados meteorológicos de input (entrada) para a calibração dos modelos numéricos de previsão do tempo, implicando em maior precisão das previsões de tempo”, frisou Sperling.
João Prestes, Comunicação Semadesc
Fotos: Divulgação
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