O Pictec lll, programa da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de MS) que fomenta projetos de pesquisa científica e tecnológica, propostos por professores do ensino médio ou técnico integrado de escolas públicas de Mato Grosso do Sul, selecionou 200 propostas, 140 delas de escolas da Rede Estadual de Ensino e 60 de unidades federais. O Governo do Estado investe R$ 5,67 milhões na terceira edição, que teve aumento de 300% nos projetos – em comparação às bolsas concedidas na primeira chamada, realizada em 2021.
Os professores com projetos aprovados vão receber uma bolsa de R$ 800 mensais e poderão orientar até quatro estudantes da mesma escola, com bolsa de R$ 400 mensais, por 12 meses. O resultado do programa foi divulgado nesta sexta-feira (25), no Diário Oficial do Estado.
O programa estimula, ainda no ensino médio, o aprendizado do método científico e de outros conceitos fundamentais para a produção de ciência e tecnologia que gerem transformação social. “Ciência tem que estar na base da educação, na boca desses alunos, falando sobre o que é importante. Por isso, estamos investindo R$ 5,67 milhões nesta terceira edição, um recorde para a educação de MS e no futuro dos nossos jovens”, afirma o diretor-presidente da Fundação, Márcio de Araújo Pereira.
Incentivo à ciência
A coordenadora da Escola Estadual Afonso Pena, de Três Lagoas, Andressa Luiza Montanha de Araújo – mestre em Educação – teve o projeto “O Autismo na Escola: Um estudo sobre a importância da educação inclusiva para estudantes neurodivergentes” aprovado nesta edição do Pictec III.
A proposta consiste em compreender como as várias facetas do espectro autista se manifestam nos alunos dentro do ambiente escolar, de forma a auxiliar em ações educacionais que sejam realmente inclusivas e promovam a conscientização e equidade.
“Partindo do princípio de que quando conhecemos algo, é mais fácil respeitar. Além de proporcionar aos estudantes um contato inicial com a iniciação científica, a pesquisa ainda poderá dar frutos para a comunidade autista. É um trabalho realizado sobre os autistas, e também por autistas e pessoas neurodivergentes, algo essencial para a representatividade deste grupo”, explica Andressa.
O incentivo da Fundect possibilita a realização do projeto. “A demanda de trabalho de um professor é muito complicada, por conta dos planejamentos, avaliações e demais burocracias. Por isso, ter o financiamento da Fundação permite que estudos como este, que antes ficavam apenas nos sonhos, se tornem reais”, destaca.
Para Vinícius de Araújo Maeda, mestre em Engenharia de Transportes e professor técnico do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) de Aquidauana, a Fundect exerce papel fundamental com incentivo e fomento do projeto “AudioVision: Uma solução de visão computacional para pessoas com Deficiência Visual”.
“A Fundação está contribuindo para a formação acadêmica, científica e tecnológica dos jovens cientistas envolvidos no projeto. O Estado e toda região serão beneficiados com pessoas capazes de construir soluções que permitirão um melhor desenvolvimento regional”.
A pesquisa é voltada para a construção de uma solução de baixo custo que permitirá a identificação de objetos por meio de uma câmera acoplada a um óculos. O reconhecimento dos materiais será realizado com auxílio de Inteligência Artificial. “A intenção é disponibilizar a solução para as pessoas cegas, visando mitigar as dificuldades de suas rotinas diárias. Além de oportunizar maior qualidade de vida, o projeto também tem potencial para ser utilizado em outros estados e países”.
Atenção aos prazos
Professores-orientadores com projetos aprovados podem indicar os estudantes bolsistas entre os dias 28 de agosto e 1° de setembro. A entrega da documentação física das equipes à Fundect deverá ser feita até o dia 15 de setembro.
Larissa Adami, Programa de Estágio Supervisionado Fundect
Fotos: Escola Estadual Afonso Pena / Acervo
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