O Tenente-coronel, Mauro Cid, envolvido em diversos escândalos da família Bolsonaro, está um passo mais perto de fazer uma delação premiada, já que a Polícia Federal sinaliza ter aceitado o acordo. Essa aceitação por parte da PF foi publicada e anunciada pela jornalista Andréia Sadi neste feriado de 07 de setembro. Agora, após ser confirmada para um juiz no STF, caberá ao Ministro Alexandre Moraes aceitá-la.
Vale destacar que o Tenente-coronel já vêm prestando uma série de depoimentos à Polícia Federal, sendo que para a delação sair do papel é preciso ainda consultar o Ministério Público Federal (MPF) e também da autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
Após mudar seu advogado de defesa, Mauro Cid adotou uma postura de maior cooperação com autoridades policiais e tem tido longos depoimentos. Na última segunda-feira (28 de agosto), falou por 10 horas com investigadores sobre o caso do hacker Walter Delgatti Neto.
Além de Cid e do pai dele, também falaram, Crivelatti, que era braço-direito do então ajudante de ordens, e o advogado da família Bolsonaro,Wasseff, Michele e Jair Bolsonaro. A PF marcou todos os depoimentos para às 11h de quinta-feira, de forma simultânea, para evitar que os investigados pudessem, eventualmente, combinar versões.
Enquanto os militares falaram, Bolsonaro, Michelle, o advogado Fábio Wajngarten e o assessor Marcelo Câmara optaram pelo silêncio.
Conforme apuração na Capital Federal, ainda na data da última quarta-feira (06), Mauro Cid esteve no Supremo Tribunal Federal (STF), procurou um juiz designado e declarou estar disposto a fazer o pedido de delação, de livre e espontânea vontade, o que foi oficializado, com testemunhas, para confirmar o interesse pela sua atitude com a justiça.
Escândalos
Mauro Cid foi preso em 3 de maio por suspeita de adulterar o seu cartão de vacinação, o de Bolsonaro, o de sua esposa, Gabriela Cid, e de uma de suas filhas.
Segundo a Polícia Federal, o militar teria colocado a informação falsa de que eles haviam sido vacinados para permitir a ida deles aos Estados Unidos dias antes da posse de Lula.
Na última sexta-feira (11), nova operação da PF mirou o esquema de venda de joias e presentes. Cid e seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid, foram citados pela PF em negociações para vender presentes recebidos por Bolsonaro em viagens oficiais. Os bens são considerados de Estado, e Bolsonaro não poderia apoderar-se dos itens valiosos, segundo entendimento do TCU (Tribunal de Contas da União).
Investigações identificaram que Bolsonaro e auxiliares retiraram do país, no avião presidencial, pelo menos quatro conjuntos de bens recebidos pelo ex-presidente em viagens internacionais, na condição de chefe de Estado.
A viagem ocorreu em 30 de dezembro, véspera do último dia de mandato de Bolsonaro, para assim evitar seguir o rito democrático de passar a faixa a seu sucessor eleito, o hoje presidente Lula (PT).
Foram levados três itens para avaliação e venda no país. Um era o conjunto com joias e relógio da grife Chopard, anunciado pela Fortuna Auction com preço estimado de US$ 120 mil a US$ 140 mil, ou seja, de cerca de R$ 611 mil a R$ 713 mil, conforme a cotação da época. O leilão foi aberto no começo de fevereiro, mas não houve compradores.
Os outros itens são relógios, um Rolex e um Patek, vendidos por um valor de R$ 333 mil. Frederick Wassef, um dos advogados de Bolsonaro, precisou comprá-lo novamente após manifestação do TCU (Tribunal de Contas da União) para devolução ao patrimônio público.
**(Com informações G1 e Agência Folhapress)