O Ministério da Agricultura divulgou uma portaria no início de agosto, que atualiza as diretrizes para o abate humanitário de vacas prenhas, seguindo a regulamentação previamente estabelecida em 2021. Essas novas medidas proíbem o embarque de animais que apresentem sinais de preparação para o parto.
Entre os sinais listados na portaria estão a distensão da bacia, secreção vaginal e o aumento do úbere devido à produção de colostro. Essa iniciativa visa evitar que as fêmeas deem à luz nos currais dos frigoríficos, sendo que tais estabelecimentos poderão sofrer sanções se essa situação ocorrer. A fiscal agropecuária do Rio Grande do Sul, Raquel Cannavô, destacou que essa medida visa proibir o parto de vacas nos frigoríficos e que, em caso de descumprimento, as empresas poderão ser autuadas.
Raquel Cannavô também detalhou os procedimentos que devem ser seguidos em relação aos fetos identificados durante o abate. De acordo com o novo texto, o manejo dos fetos deve envolver sua remoção somente após a confirmação de sua morte. Essa orientação é aplicada mesmo nos casos em que a prenhez seja detectada durante o abate, assegurando assim um tratamento mais humano e respeitoso aos animais.
A prática do abate de vacas prenhas foi incorporada ao protocolo de abate humanitário do Ministério da Agricultura em 2021, o que gerou reações e críticas de entidades de proteção animal e de fiscais agropecuários ligados à atividade frigorífica. A mudança é vista por alguns, incluindo Cannavô, como um passo em direção ao bem-estar animal. No entanto, ainda é considerada insuficiente para garantir um manejo verdadeiramente humanitário em tais casos.
A fiscal agropecuária ressaltou que embora essa atualização represente um avanço, o foco maior deve estar no transporte de vacas no terço final da gestação, que ainda é uma prática preocupante. Com as novas regulamentações, espera-se que o manejo humanitário seja mais abrangente e que os animais sejam tratados com mais respeito e consideração durante todo o processo de abate.
fonte: MAPA