Nesta semana, o Brasil lança um exame de sangue inédito capaz de diagnosticar o Alzheimer em suas fases iniciais. O teste, chamado PrecivityAD2, de origem norte-americana, detecta proteínas que indicam a presença de placas amiloides cerebrais, uma característica da doença.
No entanto, o exame tem um custo de aproximadamente R$ 3.600 e requer uma solicitação médica, uma vez que ainda não está disponível através de planos de saúde nem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O processo de análise envolve a coleta e preparação de amostras na central técnica do Fleury, seguido pelo envio das amostras para análise nos Estados Unidos. O resultado é liberado em aproximadamente 20 dias. A marca Fleury planeja disponibilizar gradualmente o teste em sua rede, começando por São Paulo e expandindo para outras unidades localizadas no Maranhão, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e também por meio do Atendimento Móvel de São Paulo.
A principal promessa deste exame é proporcionar uma alternativa de diagnóstico menos complicada e de alta qualidade, capaz de diferenciar o Alzheimer de outras causas de comprometimento cognitivo, como a depressão, apneia do sono, demência vascular e problemas metabólicos. Além disso, é considerado um método mais seguro em comparação com outros testes, uma vez que não envolve métodos invasivos ou o uso de substâncias radioativas nos pacientes.
Em contraste, o exame PET-amilóide cerebral, mais conhecido, requer uma punção lombar invasiva e possui um custo de R$ 9.124. Aurélio Pimenta Dutra, neurologista do Fleury Medicina e Saúde, afirma que estudos conduzidos em países como Canadá e Coreia do Sul apontam para a economia significativa proporcionada pelo novo exame no processo de diagnóstico do Alzheimer. O uso de testes em soro, segundo ele, não apenas reduz o tempo necessário para o diagnóstico e tratamento adequado, mas também simplifica o processo de investigação e terapêutica, permitindo a identificação de pacientes que se beneficiarão de tratamentos capazes de modificar a evolução da doença.
É importante destacar que, se o PrecivityAD2 apontar um resultado positivo para Alzheimer, a recomendação é que o paciente realize um exame confirmatório com biomarcadores no líquido cefalorraquidiano ou o exame PET amiloide, uma vez que este novo teste ainda não faz parte dos critérios diagnósticos aceitos no Brasil.
Apesar do custo elevado e da falta de cobertura pelo SUS ou por convênios médicos, o exame representa um avanço positivo no diagnóstico do Alzheimer, uma doença que afeta aproximadamente 1,2 milhão de pessoas no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Embora não haja cura para a doença, o diagnóstico precoce permite a implementação de tratamentos farmacológicos e terapias de cognição que podem reduzir a progressão da doença. Além disso, manter uma alimentação saudável, tratar comorbidades pré-existentes, praticar atividades físicas regulares e exercitar a mente também podem contribuir para o controle dos sintomas do Alzheimer.
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