Preço do petróleo dispara devido ao conflito Israel-Hamas e sanções dos EUA

O preço do petróleo registrou uma notável alta na  última sexta-feira (13), à medida que o conflito entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza levanta preocupações no mercado de energia. Às 17h03, o barril de Brent, usado como referência internacional, apresentou um aumento de 5,66%, atingindo US$ 90,87 por barril, o valor mais elevado desde o início de janeiro de 2023.

O ministro do Petróleo iraniano, Javad Owji, acrescentou aos temores, prevendo que os preços do petróleo poderiam chegar a US$ 100 devido à atual situação no Oriente Médio. O receio dos investidores é que o Irã se envolva no conflito, especialmente com a perspectiva de uma incursão terrestre do exército israelense na Faixa de Gaza.

Outro fator que contribuiu para a rápida valorização do petróleo é a nova sanção imposta pelos Estados Unidos na quinta-feira (12). O país proibiu negócios em solo americano com empresas proprietárias de navios-tanque que transportam petróleo russo a preços acima do limite do G7 de US$ 60 por barril, com o objetivo de reforçar as medidas punitivas contra Moscou devido à invasão da Ucrânia.

A Rússia, como o segundo maior produtor de petróleo do mundo e um grande exportador, enfrenta agora um escrutínio mais rigoroso dos EUA em relação às suas remessas, o que pode afetar o fornecimento global de petróleo.

Por outro lado, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) manteve sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo, citando sinais de uma economia mundial resiliente até o momento este ano e a expectativa de novos ganhos de demanda na China, o maior importador de petróleo do mundo.

A valorização do petróleo teve um impacto positivo nas ações das empresas petrolíferas brasileiras na Bolsa de Valores. A Petrobras subiu 3,30%, alcançando R$ 36,28, enquanto a PetroRio teve uma alta de 5,04%, atingindo R$ 50,00. A 3R Petróleum registrou um aumento de 3,19%, com suas ações avaliadas a R$ 32,31 cada.

No entanto, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, não conseguiu acompanhar essa tendência e recuou 1,10%, atingindo 115.754 pontos após o feriado. Na semana, o índice acumulou uma leve alta de 0,5%.

A alta dos preços do petróleo, embora tenha impulsionado o setor de energia, também trouxe preocupações com a inflação global. Os investidores começam a se perguntar se esse aumento nos preços veio para ficar, e essa incerteza poderia levar a um repasse para os preços dos derivados, afetando o custo de vida.

Adicionalmente, o dólar teve um acréscimo de 0,74%, sendo cotado a R$ 5,0880. Na semana, a moeda acumulou uma perda de 0,83%.

A preocupação com a inflação é destacada pelos avanços surpreendentes nos custos de aluguel e de gasolina, o que levou o mercado a antecipar a manutenção de juros mais altos por um período prolongado.

Além disso, os dados divulgados na madrugada sobre a inflação chinesa, que demonstrou desaceleração, alimentaram preocupações sobre uma possível enfraquecimento da demanda no país. Os preços ao consumidor na China tiveram oscilações e os preços de fábrica diminuíram mais do que o previsto em setembro, sugerindo pressões deflacionárias contínuas na segunda maior economia do mundo.

Os índices de ações brasileiras negociadas em Wall Street

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