A Operação Laços Ocultos, deflagrada nesta quinta-feira (16), prendeu o líder do prefeito na Câmara Municipal de Amambai, vereador Valter de Brito (PSDB), e mais três empresários. Outros dois alvos de mandados de prisão temporária estão foragidos. A ofensiva do Ministério Público Estadual visa um grupo contemplado com R$ 78 milhões em contratos.
Conforme divulgado pela imprensa local, além de Brito, que é pré-candidato a prefeito e ficou em segundo em pesquisa do Instituto Ranking, também foram cumpridos os mandados de prisão contra os empresários Jonathan Fraga de Lima, Joice Mara Estigarribia da Silva e Leticia de Carvalho Teoli Vitorasso.
Ao todo, os promotores e agentes do GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), foram às ruas para cumprir seis mandados de prisão preventiva e 44 mandados de busca e apreensão nos municípios de Amambai, Campo Grande, Bela Vista, Naviraí e Itajaí (SC).
O vereador Geverson Vicentim (PDT) e quatro secretários municipais da gestão de Edinaldo Bandeira, o Dr. Bandeira (PSDB), foram alvos da operação, cuja apuração teve início na 1ª Promotoria de Justiça em Amambai.
A investigação apura a existência de organização criminosa voltada para a prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, e lavagem de dinheiro. Dentre os alvos estão dois vereadores, quatro secretários municipais, servidores públicos e empresários.
“Segundo levantamentos, a organização criminosa atua há anos fraudando licitações públicas que possuem como objeto a contratação de obras e serviços de engenharia no Município de Amambai e outros, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos”, apontou a assessoria do MPE.
“Nos últimos seis anos, os valores dos contratos obtidos pelo grupo criminoso ultrapassam R$ 78 milhões”, apontou.
“Perícias de engenharia, em obras vistoriadas presencialmente pelo corpo técnico, detectaram superfaturamento e inexecução parcial, assim como análise realizada por órgão técnico do Ministério Público identificou pagamento de propina das empresas integrantes do grupo criminoso em benefício de agentes políticos e servidores públicos municipais responsáveis pela fiscalização das obras”, informou.
A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e da Força Tática, todos da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
Laços ocultos, termo que dá nome à operação, decorre do oculto vínculo apurado entre os investigados.
oj