Empresários e trabalhadores aguardam posicionamento de Lula sobre desoneração da folha

Com a proximidade do prazo final para a sanção presidencial da proposta que prorroga a desoneração da folha de pagamento até 2027, empresários e trabalhadores estão expressando preocupações com a falta de posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O projeto, aprovado pelo Congresso há quase um mês, tem como objetivo manter empregos nos 17 setores que mais empregam no país.

A desoneração, em vigor desde 2011, permite que empresas substituam a alíquota previdenciária de 20% sobre salários por uma alíquota de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, beneficiando cerca de 9 milhões de postos de trabalho.

Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, destaca a essencialidade da medida para a manutenção de empregos. A demora na sanção gera preocupação entre os setores beneficiados, que esperam a continuidade de uma política que tem demonstrado sucesso desde o governo Dilma.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, ressalta a inquietação dos trabalhadores diante da incerteza. A possível falta de sanção cria instabilidade emocional e, segundo Torres, a primeira reação das empresas pode ser cortar custos nos empregos, gerando desemprego.

Diante da preocupação generalizada, as principais centrais sindicais do país se uniram para pedir ao governo a sanção do projeto. Antônio Neto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do estado de São Paulo, destaca o impacto negativo que a falta de desoneração pode causar ao setor de tecnologia, que enfrenta déficit de mão de obra.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções também defende a sanção do texto, alertando sobre os riscos do fim da desoneração. Fernando Pimentel, diretor da entidade, destaca que o aumento de custos pode impactar preços, consumo, produção e a manutenção de postos de trabalho.

Neste cenário, a decisão de Lula sobre a desoneração da folha torna-se crucial para a estabilidade econômica e a preservação de milhões de empregos no país. O aguardo pela posição presidencial intensifica a apreensão de setores-chave da economia e reforça a necessidade de uma resposta definitiva até a data limite, nesta quinta-feira.

 

 

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