Secretário parlamentar de deputado federal e ex-assessor da SES é um dos presos na Operação Turn Off

Alvo da Operação Turn Off, preso preventivamente nesta quarta-feira (29), Thiago Haruo Mishima ocupa cargos no Governo do Estado desde 2015, na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB). Atualmente, ele atuava como secretário parlamentar do deputado federal Geraldo Resende (PSDB).

O deputado comentou ao Midiamax que conhecia Thiago porque ele atuava há tempos no Governo, também em campanhas. Além disso, foi assessor da SES (Secretaria de Estado de Saúde), pasta que Resende esteve à frente de 2019 a 2021.

No entanto, o parlamentar preferiu não comentar sobre a operação, uma vez que não teve acesso ao inquérito nem sabe o motivo da prisão do assessor. No Portal da Transparência do Governo do Estado constam salários para Thiago Mishima desde 2015.

Thiago chegou atuar na Casa Civil e cargo mais recente era como assessor especial na SES. Em 2022 ele recebia remuneração fixa de R$ 21.585,73. Atualmente, como secretário parlamentar de Resende, tem remuneração de R$ 10.210,48.

Operação Turn Off

Equipes durante a Operação Turn Off (Divulgação, MPMS)

A Operação Turn Off realizada nesta quarta-feira (29) tem como foco fraude em licitações por parte de órgãos do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Contratos com secretarias e até para aquisição de materiais hospitalares da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) são investigados.

Conforme divulgado em nota, a operação realizada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em apoio às 29ª e 31ª Promotorias de Justiça de Campo Grande, cumpriu 8 mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão.

As cidades onde foram cumpridos os mandados foram Campo Grande, Maracaju, Itaporã, Rochedo e Corguinho. Foi identificada pela investigação a existência de organização criminosa voltada à prática dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos e lavagem de dinheiro.

Fraudes na aquisição de materiais

Ainda segundo a investigação, o grupo criminoso fraudava licitações públicas para compra de aparelhos de ar-condicionado para a SED (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul), também a locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela SES (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul).

Também foi fraudada licitação para aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Campo Grande, além de outros. Os crimes foram cometidos com pagamento de propina a vários agentes públicos.

Os contratos já identificados e objetos da investigação ultrapassam R$ 68 milhões.

Presos na operação

Até o momento, o Midiamaxidentificou o nome de 7 presos. São eles o secretário-adjunto da SED, Edio Antônio Rezende de Castro, a responsável pelas licitações na SAD-MS (Secretaria de Estado de Administração), Simone de Oliveira Ramires Castro e Thiago Haruo Mishima.

Também Andrea Cristina Souza Lima, que atuava junto à SED na parte de contratos, Paulo Henrique Muleta Andrade, que já foi coordenador da Apae, ainda o empresário Sergio Duarte Coutinho Júnior, dono da Maiorca Soluções, empresa alvo de buscas nesta quarta.

Consta ainda o nome de Victor Leite de Andrade e ainda um homem chamado Luiz, morador em Maracaju. Dos 8 alvos, um não teria sido localizado.

O Governo do Estado se manifestou no fim da manhã desta quarta-feira, confirmando que deve afastar os servidores envolvidos no esquema de corrupção identificado pelo Gecoc.

Operação Parasita

O Gecoc divulgou que as investigações tiveram como base provas obtidas na Operação Parasita, realizada em dezembro de 2022. As provas reforçaram a maneira de agir da organização criminosa.

Na Parasita foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em Itajaí (SC) e Campo Grande. Os investigados são suspeitos de associação criminosa, crimes de licitação, emissão de notas fiscais falsas, falsidade ideológica e peculato.

O grupo agia simulando procedimentos de compra e venda de produtos, que chegariam ao Hospital Regional. No entanto, esses produtos nunca foram entregues. As compras fraudulentas resultavam no desvio de dinheiro público, com pagamento de propina.

Este grupo investigado já teria desviado mais de R$ 22 milhões, conforme noticiado pelo Midiamax.

Turn Off, termo que dá nome à operação, significa ‘desligar’ em inglês, foi originado do primeiro grande esquema descoberto na investigação, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado, e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada.

 

 

 

 

midiamax

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