Sérgio Longen apresenta programa para combater falta de mão de obra qualificada

Durante o 14º Encontro Nacional da Indústria, realizado na última quarta-feira (27) em Brasília, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, apresentou o programa Ascende Brasil. A iniciativa tem como objetivo enfrentar a escassez de mão de obra qualificada no setor industrial, um problema que afeta a produtividade e a competitividade das empresas brasileiras.

O programa é direcionado a pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo beneficiários de programas governamentais, oferecendo qualificação profissional gratuita e estímulos financeiros para facilitar a transição ao mercado de trabalho formal.

O Ascende Brasil divide-se em três etapas, com duração total de nove meses:

Formação profissional e incentivo inicial (primeiros 3 meses):
O participante realiza um curso gratuito no Senai e recebe R$ 150 do Senai e R$ 300 do Governo do Estado para auxílio inicial.

Busca por emprego (segundos 3 meses):
Durante esse período, o beneficiário recebe R$ 100 do Senai e R$ 250 do Governo enquanto busca uma vaga no mercado formal.

Emprego e acompanhamento (últimos 3 meses):
Após conseguir o emprego, o participante continua recebendo apoio financeiro — R$ 100 do Senai e R$ 200 do Governo. Caso não seja efetivado, ele pode retornar ao programa e iniciar um novo curso.

Segundo Sérgio Longen, a iniciativa busca atacar o “apagão de mão de obra” enfrentado pela economia brasileira. “Apesar do crescimento econômico e das oportunidades de contratação, muitos empresários encontram dificuldades para expandir seus negócios devido à falta de profissionais qualificados”, afirmou Longen.

Propostas e diálogo com o governo – Durante o evento, Longen destacou estudos que demonstram as consequências negativas da falta de mão de obra qualificada para a economia. Ele propôs ações junto ao Ministério do Trabalho, como a garantia de que trabalhadores que recebem benefícios sociais possam continuar recebendo o auxílio mesmo com emprego formal.

“Esperamos que o Ministério esclareça os trabalhadores sobre seus direitos, mostrando que é possível se inserir no mercado formal sem perder benefícios sociais”, explicou Longen.

Sérgio Longen, apresentou o programa Ascende Brasil – (Foto: Divulgação/FIEMS)

Especialistas presentes no evento também discutiram a necessidade de adaptar a educação às demandas do mercado. Fausto Augusto, representante do Sesi, ressaltou a existência de uma “geração nem-nem” — jovens que não trabalham nem estudam — e a relevância de políticas de apoio, como a ampliação de creches e escolas para facilitar a inserção de mulheres no mercado formal.

“Uma educação que atende às demandas do mercado transforma o mundo. E isso é algo que o Sistema S tem feito com excelência”, afirmou o diretor do Senai, Gustavo Leal.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reforçou a importância de programas como o Jovem Aprendiz. Ele destacou que esses programas devem ir além do cumprimento de cotas e se tornarem ferramentas reais de formação e qualificação.

O economista Ricardo Amorim trouxe dados que apontam para uma queda significativa no desemprego no Brasil. Entre 2021 e 2024, cerca de 20 milhões de pessoas passaram a integrar o mercado formal de trabalho. “O Brasil está entre os países que mais reduziram o desemprego nos últimos três anos. Isso demonstra a importância de iniciativas que unem educação e qualificação profissional”, destacou Amorim.

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