Alvo de operação que prendeu e afastou prefeito, o Município teve mais uma mudança no quadro de secretários, desta vez por “questão pessoal”.
O Município de Terenos, administrado interinamente por Dr. Arlindo (Republicanos), terá mais uma mudança de secretários. A secretária de Saúde, Aryanni Pâmmela, pediu exoneração do cargo.
Segundo o prefeito, a secretária alegou motivos pessoais para solicitar a saída. Ele ainda não definiu quem será o substituto, que deve ser escolhido na manhã desta quarta-feira. Questionado sobre a possibilidade de mais mudanças, o prefeito interino disse que “não dá para fazer muitas mudanças no fim de ano”.
Dr. Arlindo está no cargo desde a prisão do prefeito Henrique Budke Wancura, durante operação Spotless. Após a posse, exonerou o procurador-geral do Município, Felipe Barbosa da Silva; secretário de Administração, Maicon Bezerra Nonato, que foi alvo de busca e apreensão, e a chefe de gabinete, Nilza Barbosa de Almeida, esposa de um dos presos, Orlei Figueiredo Lopes.
O caso
A Operação Sptles, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) e Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC), cumpriu 16 mandados de prisão preventiva e 59 mandados de busca e apreensão.
A investigação constatou a existência de organização criminosa voltada à prática de crimes contra a Administração Pública instalada no município de Terenos/MS, com núcleos de atuação bem definidos, liderada por um agente político, que atuava como principal articulador do esquema criminoso.
“A organização criminosa se valia de servidores públicos corrompidos para fraudar o caráter competitivo de licitações públicas, direcionando os respectivos certames para beneficiar empresas participantes do esquema delituoso, mediante a elaboração de editais moldados e por meio de simulação de competição legítima, em contratos que, somente no último ano, ultrapassaram a casa dos R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais), diz parte da nota do Gaeco.
Segundo as investigações, o esquema também envolvia o pagamento de propina aos agentes públicos que, em típico ato de ofício, atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, como ainda aceleravam os trâmites administrativos necessários aos pagamentos de notas fiscais decorrentes de contratos firmados entre os empresários e o poder público.
A polícia extraiu provas de alguns telefones celulares apreendidos na Operação Velatus, compartilhadas mediante autorização judicial, que revelaram o modus operandi da organização criminosa e possibilitaram que se chegasse até o líder do esquema.
“Spotless” – termo que dá nome à operação, é uma referência à necessidade de os processos de contratação por parte da Administração Pública serem realizados sem manchas ou máculas.
ims
