O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, declarou neste domingo (16) que o país não está realizando atividades de enriquecimento de urânio em nenhuma instalação do seu território. A declaração foi feita em resposta direta às recentes acusações de Israel e dos Estados Unidos, que alegam a existência de locais secretos vinculados ao programa nuclear iraniano.
“Não há enriquecimento nuclear não declarado no Irã. Todas as nossas instalações estão sob as salvaguardas e monitoramento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)”, afirmou Araghchi em pronunciamento oficial.
A fala do ministro representa uma das respostas mais explícitas do governo iraniano desde os bombardeios realizados em junho por forças israelenses e americanas contra estruturas que teriam ligação com o enriquecimento de material nuclear.
Pressão internacional e monitoramento da AIEA
A Agência Internacional de Energia Atômica, órgão vinculado à ONU, mantém inspeções periódicas nas instalações nucleares do Irã, como parte do acordo nuclear firmado em 2015 — do qual os EUA se retiraram em 2018, durante o governo Trump. Desde então, o tema tornou-se foco de tensão constante entre Teerã e as potências ocidentais.
Araghchi reiterou que o Irã continua comprometido com a transparência:
“Temos esse direito e continuamos a exercê-lo, e esperamos que a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, reconheça nossos direitos e entenda que este é um direito inalienável do Irã.”
Conflito regional e escalada diplomática
A questão nuclear voltou ao centro do debate internacional após os ataques aéreos liderados por Israel com o apoio dos EUA, que afirmaram ter como alvo centros de enriquecimento de urânio não declarados. O Irã negou a existência de tais estruturas e acusou os países envolvidos de violar o direito internacional.
A tensão também ocorre em meio a um cenário de instabilidade crescente no Oriente Médio, onde questões envolvendo segurança nuclear, influência geopolítica e alianças regionais continuam interligadas.
Até o momento, Estados Unidos e Israel não responderam oficialmente às declarações de Abbas Araghchi.
reuters