A marca Pelé, antes administrada pela agência americana Sport 10, agora pertence à NR Sports, empresa comandada por Neymar Pai, que faz a gestão da imagem de Neymar Jr. O anúncio da aquisição foi feito nesta terça-feira (25), durante evento fechado no Museu Pelé, em Santos, e marca uma nova fase no uso da imagem do maior ídolo do futebol brasileiro.
Estiveram presentes ídolos históricos do Santos como Renato, Ricardo Oliveira e Pepe, além da filha do Rei do Futebol, Flávia Arantes. Ao lado dela, Neymar Pai discursou sobre a importância da “repatriação” da marca e o desejo de “rejuvenescer o legado de Pelé”. O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, também participou da cerimônia e celebrou a nova possibilidade de utilizar a imagem de Pelé em ações do clube, algo antes impedido pela antiga gestão dos direitos.
“É uma noite histórica, um momento inesquecível para todas as gerações. Cumprimentar a visão do Neymar e todo seu estafe, de trazer essa marca de volta para o Brasil”, afirmou Teixeira. “Vamos poder explorar de forma comercial, alavancar receitas para que as duas marcas, Rei Pelé e Príncipe, continuem sempre ligados”, disse, em referência a Neymar Jr.
A aquisição está sendo tratada como uma repatriação da marca, conforme destacou o vídeo institucional exibido durante o evento. A NR Sports agora passa a controlar o uso do nome, imagem e produtos licenciados ligados a Pelé. Em seu discurso, Neymar Pai destacou que a iniciativa vai além do uso comercial. “E não vai ficar só no Pelé, vamos proteger o Santos e suas lendas. Vamos fazer o possível para que nossas lendas sejam homenageadas e apoiadas”, afirmou.
Ele também pontuou que a proposta é dar dignidade ao legado do Rei. “É o começo de um trabalho, é um trabalho desafiador e motivacional. A gente está tremendo porque está querendo fazer muita coisa acontecer.”
Os direitos da imagem de Pelé começaram a ser vendidos em 2005, quando a empresa brasileira Prime assumiu a gestão. Até então, o craque contava com seu assessor José Fornos, o Pepito, para intermediar contratos. Em 2012, a Prime repassou os direitos à agência americana Sport 10, dirigida pelo britânico Paul Kemsley, ex-dirigente do Tottenham e entusiasta da retomada do New York Cosmos, clube onde Pelé encerrou a carreira.
A tentativa de reviver o Cosmos fracassou em 2021 e, desde a morte de Pelé em 2022, familiares buscavam retomar o controle da marca. Durante a abertura do mausoléu do Rei, em maio de 2023, o filho Edinho chegou a declarar publicamente a intenção de reunir investidores para readquirir os direitos.
“É uma coisa até simples em termos de conceito, mas é um desafio porque há valores altos. Esse é o meu desafio, o meu sonho em poder realmente representá-lo em todos os sentidos, não somente como familiar, mas profissionalmente também”, disse Edinho na época. Ele, no entanto, não compareceu ao evento desta terça-feira.
Durante os anos em que a marca esteve nas mãos da Sport 10, o Santos Futebol Clube teve dificuldades para firmar qualquer acordo de licenciamento ou ações conjuntas envolvendo a imagem de Pelé. Agora, com a NR Sports à frente da marca, o clube vê caminho aberto para viabilizar projetos comerciais e institucionais que homenageiem e capitalizem sobre o maior jogador de sua história.
As futuras negociações de licenciamento ainda serão formalizadas, mas a expectativa é de que o Santos possa, enfim, explorar comercialmente o nome de Pelé, fortalecendo também sua própria identidade histórica.
ae