Bolsonaro teme por queda na produção de fertilizantes na China

Durante um evento no Palácio do Planalto,  o presidente Jair Bolsonaro falou que teme que haja crise no abastecimento de alimentos no ano que vem. Segundo ele a redução na produção de fertilizantes na China pode afetar a produtividade das lavouras brasileiras.

Bolsonaro disse que já conversou sobre o assunto com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina e com membros da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) em um café que ocorreu nesta semana. Também destacou que o governo trabalha desde março em um plano emergencial para o país por meio da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).

 

“Pedi agora a uma pessoa nossa que trabalha nos Estados Unidos, Itamaraty, né, ir nos mercados, alguns embaixadores da Europa também, mostrar o que está acontecendo. Lá não é apenas inflação, está havendo desabastecimento”, afirmou o presidente.

Também na quinta-feira (7) Tereza Cristina convocou uma reunião com representantes da indústria de insumos agropecuários com a presença da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindveg). O objetivo é intensificar o diálogo com os fornecedores para evitar uma crise. A preocupação está na crise energética da China e política em Belarus (país do Leste Europeu), principais fornecedores, aliada às altas dos custos dos fretes marítimos.

A previsão é que a safra 2021/22 atinja 288 milhões de toneladas de grãos, um avanço de 14% em relação à safra passada. O Brasil é dependente da importação de fertilizantes, comprando cerca de 85% do que demanda. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de janeiro a agosto deste ano, o país importou 24.8 milhões de toneladas de fertilizantes. No mesmo período de 2020 haviam sido 21 milhões de toneladas. O destaque foram os nitrogenados, um dos principais fertilizantes para o plantio de milho, que  saiu de 6,2 milhões de toneladas em 2020 para 7,8 milhões em 2021.
 

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