Segundo recente estudo da Hand, assessoria especializada em fusões e aquisições, há 85 empresas do ramo de defensivos biológicos e especialidades em nutrição vegetal com um potencial significativo para receber investimentos de fundos de private equity ou ser alvo de fusões e aquisições. Elas foram selecionadas com base em critérios que incluem um faturamento anual situado entre R$10 milhões e R$300 milhões e que nunca tenham passado por uma operação desse tipo anteriormente. Os principais motivos para esse crescimento notável do interesse pelo setor incluem a demanda crescente por produtos mais sustentáveis, a busca incessante por aumento de produtividade e um consumidor final cada vez mais exigente.
Foto: Rodrigo Bonaldo / Texto Assessoria
José Venâncio, sócio da área de M&A da Hand, enfatiza o potencial do cenário de insumos agrícolas biológicos no Brasil. “A situação atual para insumos agrícolas biológicos é altamente promissora, conforme indicam os dados recentes. No entanto, é essencial que haja investimentos significativos no setor nos próximos anos para possibilitar um crescimento adequado das empresas brasileiras, fortalecendo a capacidade de pesquisa e ampliando a distribuição dos seus produtos”.
Diferentemente dos agroquímicos convencionais, os bioinsumos são produzidos utilizando apenas matérias-primas naturais. A CropLife, entidade que reúne empresas de biotecnologia, sementes, defensivos químicos e biológicos, projeta um movimento de aproximadamente R$5,6 bilhões no mercado brasileiro de insumos biológicos durante a safra 2022/2023, representando um aumento de 70% em relação ao período anterior. No entanto, apesar desse crescimento, esse segmento corresponde apenas a 3% do mercado total de produtos utilizados para a proteção de cultivos.
Entre os principais fatores que têm impulsionado o crescimento dos biológicos, destacam-se a expansão das áreas de cultivo e o maior investimento em busca de produtividade por parte dos produtores. Além disso, o apelo sustentável desses produtos está alinhado com as tendências globais de maior sustentabilidade.
A pesquisa e a perspectiva da Hand neste setor são lideradas por seu conselheiro, Thomas Britze, um executivo com vasta experiência no agronegócio brasileiro, tendo atuado como CEO da divisão agrícola da Bayer, da Helm e da Amvac. É um segmento que apresenta um crescimento de dois dígitos e alto potencial de consolidação. Segundo Thomas são mais de 700 empresas em funcionamento no país.
“Nos últimos oito anos, a distribuição agrícola passou por um processo de consolidação protagonizado por empresas controladas por fundos de private equity e multinacionais. Em 2016, os 10 principais distribuidores agrícolas no Brasil representavam 22% do mercado, em 2022 esse número já foi para 39%, quase o dobro, acreditamos que um movimento semelhante pode acontecer nesse nicho de mercado”.
A oportunidade de investimento é ainda mais evidente considerando a atratividade sustentável dos bioinsumos e a tendência global por uma agricultura mais verde e mais sustentável em relação aos critérios ESG.
“As novas demandas globais por produtos de menor impacto ambiental e menor toxicidade têm impulsionado o crescimento dos insumos biológicos de forma notável no Brasil. O produtor está ampliando o uso de produtos biológicos safra após safra, sendo uma importante ferramenta de aumento da produtividade e, além de tudo, sustentável”, conclui Thomas.
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