A área irrigada brasileira gira em torno de 7 milhões de hectares com 18% de água, contra 140 milhões de hectares de agricultura irrigada da Índia e China, países que juntos possuem 10,4% da água da Terra. Os dados são de um estudo pelo engenheiro agrônomo e consultor em Manejo e Agrossistemas Tropicais Irrigados, José Roberto Menezes.
Com isso, é possível afirmar, segundo o estudioso, que o Brasil tem mais água para a irrigação que terras disponíveis para a produção de alimentos. “Aumentar a área irrigada aumenta a produção. Todavia a busca por aumento da produtividade é constante e visível, seja pelo melhoramento de plantas ou pelo sistema de produção. O aumento da área irrigada depende de muitos fatores, como preço do produto, disponibilidade de água, energia, licenciamento ambiental, outorga e outros. A busca por tipos de grãos para exportação favorecerá o aumento da área irrigada. Do contrário o aumento de área seguirá a lei de oferta e procura”, afirmou o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pedro Marques da Silveira.
Uma cultura bastante importante e que aproveita muito bem a irrigação é o feijão, principalmente aqueles de terceira safra. Isso porque eles são os irrigados, no caso o preto, os rajados, os cariocas, que permitem ao produtor produzi-los num período seco do ano sem concorrer com as demais culturas (commodities).
“É necessário informar à população que a irrigação não vai acabar com a água, pois ela é cíclica, ou seja, retorna ao meio ambiente. Precisamos, sim, é ser inteligentes e segurar água doce na superfície, com pequenos, médios e grandes barramentos que sirvam para captar águas das chuvas e mantê-las para o aproveitamento dos homens, dos animais e do próprio meio ambiente”, enfatizou.