Um artigo publicado no Financial Times, da Inglaterra, indicou que os produtores brasileiros estão aproveitando os preços altos para plantar mais trigo. No entanto, o artigo indica que o Brasil está sendo imprudente, já que está passando por uma seca e importa quase todo o seu fertilizante.
“Há dois problemas: um é que o Brasil, este canto altamente produtivo do planeta, ainda está saindo de um período de seca severa, o segundo é o aumento dos preços dos fertilizantes. O país importa 85% dos agroquímicos, dos quais cerca de um quarto vem da Rússia”, dizem Michael Pooler, Brian Harris e Lucinda Elliot.
Para a consultoria TF Agroeconômica, essa atenção dos especialistas ao nosso país significa que o Hemisfério Norte está temendo a concorrência brasileira também no mercado do cereal. “Como se percebe, o Hemisfério Norte começa a temer a concorrência que o eventual crescimento da exportação de trigo do Brasil possa fazer a eles no mercado mundial. Além disso, seríamos um importador líquido de 6,7 milhões de toneladas a menos para o trigo argentino que, assim, teria mais volume para colocar no mercado mundial”, diz a consultoria.
Além disso, a TF afirma que os problemas citados no artigo não procedem e que os agricultores brasileiros não devem se preocupar. “O primeiro problema apontado pelo articulista não procede mais; as fortes chuvas que ocorrem nas regiões produtores desde março e em abril estão irrigando o solo de maneira praticamente ideal”, completa.
“O segundo problema mencionado pela matéria também não procede, porque os insumos comprados para esta próxima safra já tinham sido comprados e entregues antes da guerra, de modo que o plantio está assegurado”, conclui.