O início da colheita da soja tem pressionado os preços de frete na maioria dos estados analisados pela Conab. De acordo com o boletim publicado, a alta das cotações dos serviços de transporte pode ser verificada em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás ainda no final do ano passado. Além disso, a elevação no preço do óleo diesel também exerce influência no valor praticado no mercado.
A alta nos preços no estado do Mato Grosso, em especial para os destinos ligados aos portos hidroviários tem-se fundamentado no eminente início da colheita da soja, que tem levado o setor exportador de grãos a acelerar o processo de embarques do milho da safra 2020/21. Atrelado a elevação do preço do frete está a alta no preço do óleo diesel que, em meses anteriores, compunha o preço do km/rodado entre R$ 4,00 a R$ 4,50. No atual cenário, o preço está em R$ 6,00/km rodado. A projeção é de que haja novo aumento nos preços do frete, tendo em vista que a colheita da soja ainda está em seu estágio inicial.
A necessidade de abertura de espaço nos armazéns para o recebimento da safra de verão, a valorização da soja e milho no mercado externo e interno e a elevação da cotação do dólar frente ao real continuam sendo os principais fatores a influenciar o mercado. Soma-se a estes, o fato das festividades de fim de ano reduzirem ainda mais a disponibilidade de veículos. A consequência foi a elevação dos preços como forma de captar agentes transportadores para o carregamento, principalmente para aqueles clientes que detêm lotes com maiores volumes a serem movimentados. Essa menor disponibilidade de veículos foi atribuída ao menor fluxo de cargas com destino a Mato Grosso do Sul, primordialmente de fertilizantes que já tinham sua demanda regional em grande parte, suprida para o período em questão.
Em Goiás o aumento no volume transportado foi o principal fator de elevação do frete. Em média, os preços de transporte de grãos, a partir das cinco origens, apresentaram altas consideráveis em relação a novembro para os mesmos destinos. As maiores variações foram observadas nas rotas portuárias -, as mais demandadas neste mês. Saindo de Rio Verde para Paranaguá, o preço do frete aumentou 20,6%, em relação a novembro. Partindo de Bom Jesus de Goiás, com destino à baixada santista, a maior variação chegou a 26%, enquanto que a rota de Paranaguá atingiu 24% de variação. Para as mesmas rotas, partindo de Cristalina e Catalão, os preços apresentaram variação menor.
O Paraná também registrou uma alta nos preços praticados em dezembro, mas a elevação se justifica pela menor oferta de caminhões, parados devido às festas de final de ano. A previsão é que em janeiro os preços normalizem, porém, com a entrada da nova safra, a redução não deverá ser muito grande.
Já no Distrito Federal, o mercado continua operando com baixos volumes a serem transportados. A excessiva oferta de caminhões no período, aliada à baixa disponibilidade de produtos dado a entressafra forçaram as cotações para baixo na maioria das rotas pesquisadas em dezembro de 2021, comparando com o mês anterior. No entanto, o desempenho das lavouras de grãos na região segue positivo, com a expectativa de que sejam alcançados níveis recordes de produtividade.
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