Com um rebanho nacional de mais de 19 milhões de animais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo 60% na região Nordeste e 40% na região Sul, a carne ovina tem importante potencial para expansão para além das fronteiras brasileiras. Dentre os países onde esta proteína é fortemente consumida, destacam-se os árabes e muçulmanos. Segundo o Relatório da OCDE-FAO Perspectivas Agrícolas 2021-2030, sobre o crescimento no consumo global de proteína de carne, a previsão é de que o consumo global de carne ovina crescerá 15,7% até 2030. Atualmente, a Ásia e o Oriente Médio são os maiores importadores de carne ovina da Austrália (um dos maiores produtores de carne ovina).
O Brasil é líder em exportação de proteína halal, especialmente das carnes bovina e de frango. Porém, ainda não tem tradição nas exportações de carne de ovinos, mas em 2021 embarcou para o exterior 62 toneladas e faturou US$ 531 mil, o que representou alta de 11,6% no volume embarcado quando comparado a 2020.
Diante desse cenário e um novo nicho a ser explorado, a carne ovina, que faz parte da cultura culinária de países árabes e muçulmanos, tem potencial promissor para os produtores brasileiros. Na Arábia Saudita, por exemplo, quase 10% do total de proteína consumida é ovina.
Além disso, o Brasil já consolidou uma relação de credibilidade com os países árabes, tendo em vista que as normativas sanitárias e as certificações realizadas pelo País comprovam a segurança nos produtos comercializados junto aos consumidores de religião islâmicas, além de já contarmos com uma logística estabelecida pelos embarques de outras carnes, o que poderá facilitar e fomentar a exportação de carne de ovinos.
“O mercado halal é amplo e promissor. Com quase 1/3 da população mundial e com movimentação de mercado em torno de US$ 5,74 até 2024, esses países estão ávidos por parceiros comerciais que oferecem qualidade e segurança em seus produtos. Já conquistamos esse espaço com as carnes bovinas e de frango, tornando o Brasil líder global em exportação halal dessas proteínas. Com as portas já abertas para nossos produtos, a entrada de proteínas como a ovina, que é uma demanda existente e crescente nesses países, torna-se uma realidade possível e promissora”, explica o diretor de Operações da CDIAL Halal, Ahmad M. Saifi.
Proteína halal
O abate halal em ovinos segue o mesmo protocolo utilizado em bovinos e aves, respeitando a jurisprudência islâmica e valorizando o bem-estar do animal.
E, além do abate, importante salientar que o processo de certificação analisa toda a cadeia, como a matéria-prima, insumos, transporte e armazenamento, para garantir, dentre outras coisas, que não haja contaminação cruzada com produtos ilícitos, como a carne suína.
CDIAL Halal
É a certificadora da América Latina acreditada pelos principais órgãos oficiais dos Emirados Árabes (EIAC) e do Golfo (GAC), o que confere seriedade e competência nos segmentos que atua. Também é a primeira da América Latina a conquistar a categoria “N” para cosméticos e fármacos. Esta certificação é aceita em todo o mundo, inclusive nos países de maior população muçulmana como Malásia, Indonésia, Singapura e Golfo Pérsico (ou Golfo Árabe).
ibge