Uma pesquisa desenvolvida pelo curso de Zootecnia da Unoeste, de Presidente Prudente (SP), avaliou os benefícios de criar galinhas no sistema cage-free ou livres de gaiolas. O modelo de criação permite que as aves fiquem soltas para desenvolverem seus comportamentos naturais. Atualmente alguns países já têm o sistema como regra de produção. É o caso da Nova Zelândia e participantes da União Europeia.
O professor da graduação Dr. Leonardo Henrique Zanetti explica que essas ações são realizadas por meio do Grupo de Estudos e Pesquisa em Avicultura da Zootecnia Unoeste (Unoaves). “Nesse sistema a ave pode desempenhar seu comportamento natural como ciscar, empoleirar, abrir as asas e tomar banhos de areia. Aliás, essa tendência tem sido vista no Brasil também, consumidores preocupados com o bem-estar já começam a exigir esse tipo de criação”, explica.
Ele destaca que a universidade possui 100 galinhas poedeiras criadas livres de gaiolas, distribuídas em três boxes respeitando a densidade correta de aves por metro quadrado. “Por analogia, é como tirar várias famílias de um prédio e colocar em casas. Para os avicultores as principais vantagens desse sistema é o baixo custo de implantação, uma vez que não é necessário aquisição de gaiolas, além de bebedouros e comedouros específicos para o conjunto de gaiolas. O galpão para criação é simples e funcional, além disso, é necessário um espaço maior já que as aves estão soltas e não mais em gaiolas”.
Com palha para ciscar, ninhos aconchegantes para a postura dos ovos, ventilador e até um poleiro para dormirem, as galinhas da Unoeste são sinônimos de bem-estar animal. “Uma ave livre de estresse, seja ele causado por doenças, altas temperaturas, densidade de criação pode acarretar em menores índices zootécnicos. Vale ressaltar que a quantidade de ovos que a ave produz está ligada, principalmente, à sua genética. É claro que existem outros fatores que contribuem, como uma nutrição de qualidade e ambiência correta. Dessa forma, o fato de ser criada solta não faz com que aumente sua produção de ovos e, sim, com que ela mantenha uma ótima produção por maior tempo, já que o estresse sofrido ao longo de sua vida é muito menor”.
É justamente isso que acontece com a criação da Unoeste. Para se ter uma ideia, a linhagem Dekalb White atinge a maturidade sexual, ou seja, começa a produzir ovos, entre 18 e 20 semanas. “O pico de postura ocorre por volta de 30 semanas que é quando a produção chega em torno dos 98%. Após esse período é natural a queda da quantidade de ovos diários, entretanto, constatamos que as nossas aves mantiveram a produção em alta. Elas estão com 40 semanas e ainda em pico de postura chegando até 10% a mais do que o esperado para essa idade”, diz o zootecnista.
unoeste