O Pantanal sul-mato-grossense, com aproximadamente 98 mil km², ocupa 27% do Estado de Mato Grosso do Sul, superando a área de Portugal, que possui 92 mil km². Comparativamente, a extensão do Pantanal no MS equivale a três Bélgicas, cada uma com cerca de 30 mil km².
O bioma pantaneiro enfrenta desafios logísticos significativos. Corumbá, cidade que faz fronteira com a Bolívia, exemplifica essa realidade. Uma viagem de barco para a Serra do Amolar, localizada a 290 km ao norte, pode durar mais de cinco horas. A Serra do Amolar é uma das áreas mais isoladas do Pantanal, mas não a única. O nordeste do bioma é também de difícil acesso, dificultando o combate aos incêndios florestais, exigindo a instalação de 13 bases avançadas do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, majoritariamente em fazendas privadas ou áreas de conservação.
Desde abril de 2024, 446 bombeiros militares estaduais, 82 militares da Força Nacional, 233 brigadistas do Ibama e membros das Forças Armadas têm atuado no combate ao fogo. A operação utiliza 11 aeronaves, incluindo helicópteros e o cargueiro KC-390 da Força Aérea Brasileira, além de navios patrulha e embarcações.
Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de MS, coronel Frederico Reis Pouso Salas, “o grande desafio é a dimensão do Pantanal e a logística envolvida na locomoção e permanência dos combatentes na linha de frente”.
Imensidão do bioma se prova ao mirar ao horizonte de qualquer região pantaneira (Foto: Corpo de Bombeiros)
O Pantanal sul-mato-grossense é dividido em sete sub-regiões: Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque, Porto Murtinho, Nhecolândia e Paiaguás. Cada região possui características únicas, como a microrregião de Abobral, que alaga totalmente durante as cheias, transformando pastos em lagoas e fazendas em ilhas.
Bruno Wendling, diretor-presidente da Fundtur, destaca que Aquidauana e Miranda têm forte vocação para o ecoturismo. “Algumas fazendas possuem projetos de conservação, como o Arara Azul e o Onçafari, que enriquecem a experiência do turista”, afirmou.
Compondo o contexto pantaneiro, comunidades vivem praticamente isoladas da urbanidade (Foto: Saul Schramm)
A região pantaneira também enfrenta isolamento logístico. O projeto Ilumina Pantanal, implantado pelo Governo de MS em parceria com a Energisa, tem fornecido energia por meio de sistemas solares fotovoltaicos. Esse projeto visa atender às comunidades isoladas que vivem sem acesso à eletricidade.
O secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Thomitão Beretta, destaca a importância da presença das comunidades locais no Pantanal. “O homem e a mulher pantaneira vivem há mais de 250 anos em harmonia com a natureza, preservando e produzindo”, afirmou.
fonte: semadesc