Os deputados e lideranças do Partido Liberal (PL) ganharam mais um tempo antes de passar pelo constrangimento de serem liderados por quem consideravam rivais até alguns dias atrás.
Azambuja fechou acordo com Jair Bolsonaro (PL) para comandar o PL em Mato Grosso do Sul, em troca do apoio do partido a Beto Pereira (PSDB) na eleição em Campo Grande, mas a derrota da parceria, que não chegou ao segundo turno, acabou esfriando a transação. Agora, o presidente do PSDB espera definição do futuro do partido para decidir para onde vai.
O PSDB se apequenou nacionalmente nos últimos anos e hoje depende de uma fusão com outros partidos para sobreviver, o que faz Azambuja e o próprio governador Eduardo Riedel (PSDB) serem cautelosos sobre futuro.
No PL, a expectativa inicial era de que Azambuja assumisse o partido já no começo do ano, o que não deve acontecer. Com isso, a sigla continuará com Tenente Portela seguindo as ordens de Bolsonaro no comando.
Portela chegou à presidência depois que Pollon se rebelou contra o acordo de Bolsonaro com o PSDB. Após a tratativa, ele passou a negociar com o PSDB as candidaturas nos municípios, derrubando vários acordos feitos por Pollon, que deve ser o mais atingido com a chegada de Azambuja.
Pollon tocou o PL em Mato Grosso do Sul como oposição ferrenha ao PSDB, que classificava como partido de esquerda, mas teve que engolir o acordo de Bolsonaro. Agora, terá que aceitar Reinaldo Azambuja, líder do partido que ele chamava de esquerda, no comando da sigla dele em Mato Grosso do Sul.
A situação também não será fácil para o deputado João Henrique Catan (PL), oposição ao PSDB na Assembleia, e vereador Rafael Tavares (PL), que chegou a acusar o PSDB de tramar para cassação do mandato dele de deputado. Tavares perdeu o mandato por fraude à cota de gênero, mas acusou o sistema de tramar contra ele
O PL terminou a eleição em Mato Grosso do Sul na quarta posição no número de prefeitos, com 5 das 79 prefeituras. O PSDB lidera, com 44 de 79, seguido pelo PP, com 16 das 79; o MDB com 10 prefeituras de 79; o PL conquistou 5 das 79 prefeituras; o PSD conquistou 3 de 79 ; e o PSB, 1 prefeitura de 79.