A convenção da União Brasil deve aprovar a candidatura a senador do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Com a decisão, o partido vai acabar tirando o procurador de Justiça, Sérgio Harfouche (Avante) da chapa oficial de Rose Modesto (União Brasil) e obriga-lo a concorrer como candidato independente.
De acordo com a presidente regional do União Brasil, senadora Soraya Thronicke, a convenção vai dar a palavra final sobre a candidatura do ex-ministro. Isso significa que caso passe no encontro marcado para o dia 22 deste mês, quando serão homologadas as candidaturas de Rose para o Governo e, provavelmente, do atual vice-governador Murilo Zauith (União Brasil) como coadjuvante, Mandetta será o candidato a senador da coligação.
O único problema é que o Tribunal Superior Eleitoral já decidiu que a aliança de um candidato a governador não poderá ter dois candidatos ao Senado. Como há apenas uma vaga em disputa, cada coligação só poderá lançar um candidato.
Como o ex-ministro da Saúde é do União Brasil, Harfouche vai acabar, automaticamente, excluído da chapa. A saída será o procurador se lançar como candidato independente e pode tirar da aliança com a deputada federal o Avante e o Podemos. Sem os dois partidos, Rose terá menos tempo no horário eleitoral gratuito e também não poderá usar recursos do fundo partidário dos dois partidos.
Ao ser questionado sobre a convenção, Mandetta limitou-se a dizer que “está tudo bem no partido”. Ele não vê óbices para ter o nome aprovado pela convenção do União Brasil.
Mandetta foi o primeiro ministro da Saúde nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles acabaram brigando no início da pandemia da covid-19. O médico ortopedista optou por seguir as recomendações dos cientistas e da Organização Mundial de Saúde, que recomendou distanciamento social e uso de máscara.
Ele acabou ganhando notoriedade nacional ao ser o porta-voz da pandemia com as coletivas realizadas diariamente no Ministério da Saúde para alertar a população sobre as medidas de prevenção e os últimos números sobre o avanço da covid-19 no Brasil.
Ao ser demitido por Bolsonaro em abril de 2020, Mandetta era o ministro mais bem avaliado e chegou a ser considerado ótimo ou bom por 76% dos brasileiros. Impulsionado pelo desempenho, ele acabou se transformando em presidenciável. O ex-ministro chegou a 14% nas pesquisas.
Contudo, Mandetta acabou virando pessoa non grata no bolsonarismo e passou a ser bombardeado pelos seguidores de Bolsonaro. Ao cair abaixo de 3% nas pesquisas, ele desistiu de disputar a presidência da República para concorrer ao Senado por Mato Grosso do Sul. A troca foi anunciada na época pelo presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar.
Mandetta está disposto a enfrentar a ex-ministra da Agricultura, Tereza Crisitna, (PP), do Centrão, que é a candidata de Bolsonaro em Mato Grosso do Sul. No primeiro torpedo contra a deputada, ele disse que a progressista terá muito para explicar sobre o aumento no custo dos alimentos, principalmente a carne e, agora, o leite.
O ex-ministro da Saúde subiu nas últimas pesquisas e se consolidou em terceiro lugar, atrás de Tereza e do juiz Odilon. Caso o magistrado saia da disputa, como para ser vice na chapa de Marquinhos Trad (PSD), o ex-deputado acaba entrando direto na briga com a ex-colega na Esplanada dos Ministérios.
Harfouche caiu da 3ª para a 4ª colocação. Em pesquisa do IPEMS, divulgada pelo Correio do Estado, ele já foi ultrapassado pelo candidato a senador Tiago Botelho.
Além de Mandetta, Tereza e Harfouche, a disputa pelo Senado pode ter o advogado Tiago Botelho (PT), o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa (MDB), o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD), o professor Sidney Melo (PSOL), o empresário Jeferson Bezerra (Agir) e o publicitário Henrique Medeiros (PV).
jcr