Com a escalada da inflação no país, o relator-geral do Orçamento de 2022, Hugo Leal (PSD-RJ), aumentou de R$ 1.169 para R$ 1.210 a previsão para o salário mínimo no ano que vem. O relatório apresentado pelo deputado deverá ser votado nesta terça-feira (21) pela CMO (Comissão Mista de Orçamento) e depois pelo plenário do Congresso, em sessão conjunta da Câmara e do Senado.
O valor representa um aumento de 10,04% em relação ao salário mínimo atual, de R$ 1.100. Se aprovado, o reajuste começará a valer em janeiro de 2022, com pagamento a partir de fevereiro. O índice é o maior em seis anos, mas sem aumento real (acima da inflação). Desde 2016, quando o reajuste do salário mínimo foi de 11,6%, a inflação vinha caindo, assim como o aumento do piso.
O reajuste do mínimo é realizado todos os anos com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos. Desde que o governo apresentou ao Congresso a proposta para a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do ano que vem, a estimativa para a variação do INPC neste ano passou de um avanço de 6,20% para uma alta de 10,04%.
A explicação para esse reajuste é o impacto da inflação de 2021, puxada, principalmente, pela evolução do preço dos combustíveis, dos alimentos e da energia elétrica. Apesar de maior, o valor deve representar o terceiro ano consecutivo em que o piso nacional não garantirá uma reposição do poder de compra à população mais carente.
A aceleração inflacionária também impactou o INPC, índice utilizado para a correção do salário mínimo e dos valores dos benefícios previdenciários, acumulando alta em 12 meses encerrados em novembro de 9,36%.
De acordo com Leal, o relatório adotou uma projeção de 10,18% para o INPC em 2021 por considerar que esse índice deverá se situar em nível próximo ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) esperado pelo mercado, de acordo com o Boletim Focus publicado pelo Banco Central em 6 de dezembro.
ag.brasil