Membros do setor gráfico se revoltaram ao saber que a Suzano, fabricante de celulose, deve subir o preço da linha do papel Couché, em 35%. Uma nota de repúdio, divulgada nesta quinta-feira (24), pede que a empresa seja denunciada aos órgãos de controle Cade.
No texto, os denunciantes reproduziram o comunicado da Suzano, empresa que tem fábricas na região Leste de Mato Grosso do Sul. O informe diz que o preço mais caro da tonelada passa a vigorar em 1º de março.
Profissionais do setor gráfico lamentam o reajuste, dizendo que não tem justificativa plausível e ainda reclamam de desabastecimento de papel desde o ano passado. Eles também fazem acusações mais graves contra a produtora.
‘’Levando em consideração a condição de monopólio de mercado que a Suzano tem, pode-se caracterizar o crime de abuso de poder econômico, conforme Lei federal nº 4.137, de 10/09/1962’’, diz trecho da reclamação.
Os autores da nota pedem que demais parceiros do setor gráfico façam uma denúncia sobre as práticas consideradas abusivas no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
‘’Sei que somos muito pequenos em relação à Suzano, mas, se cada um denunciar a mesma empresa, podemos mobilizar o órgão a fazer algum tipo de investigação’’, diz o texto.
Para a empresária do setor de impressos e embalagens, Cleuza Guimarães, ´´essa alta veio em um momento que o setor está se recuperando do período da pandemia, aonde teve forte retração de serviços, e fatalmente, esse valores serão repassados para os nosso clientes, tanto do setor de impressos, como do setor de embalagens, aonde atendemos a região Centro-oeste, sem contar que já estamos tendo os altos custos do setor de transportes“.
A Suzano disse que se orgulha em ser parceira do segmento editorial, das gráficas, papelarias e empresas do Brasil. Sendo assim, adotou amplo conjunto de medidas para ajudar o setor a enfrentar a retração das atividades, ocasionada pela pandemia da covid-19.
A empresa de celulose destacou ainda que se empenha para não repassar a totalidade da alta de custos de produção a que tem sofrido ‘’em função do aumento de preços dos insumos, da desvalorização cambial e da alta dos custos logísticos’’.
O aumento de preços em toda a cadeia, diz a empresa, reflete não apenas a situação do Brasil, mas também mundial, com alta de preços de commodities nos mais diferentes setores.
VEJA A NOTA DA EMPRESA COMPLETA:
‘Nota de posicionamento
“A Suzano orgulha-se em ser parceira do segmento editorial, das gráficas, papelarias e empresas do Brasil e, nessa condição, adotou um amplo conjunto de medidas para ajudar o setor a enfrentar a retração das atividades ocasionada desde o início da pandemia. Da mesma forma, a companhia tem se empenhado em não repassar a totalidade da alta de custos de produção a que tem sofrido em função do aumento de preços dos insumos, da desvalorização cambial e da alta dos custos logísticos.
O aumento de preços em toda a cadeia reflete não apenas a situação do Brasil, mas também mundial, com alta de preços de commodities nos mais diferentes setores. A despeito disso, a Suzano reforça o seu comprometimento com seus clientes de seguir com políticas de preços competitivos em relação às praticadas ao redor do mundo.
O diálogo constante com clientes é uma das premissas da companhia, que atua alinhada às tendências do mercado, contribuindo com a evolução e a transformação do mercado de papel e celulose, com respeito ao meio ambiente, aos seus clientes e colaboradores”.’
cg1